Neste sábado (11), a Orquestra Sinfônica da Bahia promove duas sessões da Série Carybé, projeto da OSBA que traz apresentações com formato e repertório voltado para grupos de música de câmara. Os concertos acontecem na Sala do Coro do TCA, às 17h e às 20h, com ingressos à venda por R$20 (inteira) e R$10 (meia), na bilheteria do TCA e na plataforma online Sympla.
A primeira apresentação deste sábado, às 17h, será feita pelo Quarteto de Cordas da OSBA, composto pelos violinistas Francisco Roa e José Fernandes, o violista Serghei Iurcik e o violoncelista Thomaz Rodrigues. Já às 20h, será a vez do concerto do Trio de Trombones, formado pelos trombonistas Hélio Góes, Mauro Madruga e Michele Girardi.
No programa do concerto do Quarteto de Cordas, estarão presentes obras do brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e do tcheco Antonín Dvořák (1841-1904), famosos compositores de clássicos da música de concerto, aqui em composições feitas para este formato com dois violinos, viola e violoncelo. Já a apresentação do Trio de Trombones traz obras originais para este formato com três trombones, em sua maioria com composições do período contemporâneo.
Villa-Lobos e Dvořák em versão intimista
A apresentação do Quarteto de Cordas traz duas obras relativamente contemporâneas entre si: o “Quarteto de Cordas Nº 12 em Fá Maior”, de Antonín Dvořák, composto em 1893; e o “Quarteto de Cordas Nº1”, de Heitor Villa-Lobos, feito originalmente em 1915, apesar de ter sido revisado em 1943 – versão presente no programa deste concerto.
“Dvořák e Villa-Lobos são compositores já conhecidos do público da OSBA por suas obras sinfônicas, mas aqui poderemos ver seus trabalhos sob uma luz um pouco mais intimista. Isso nos permitirá perceber e discutir as influências de seus locais e seus períodos com maior clareza”, explica o violoncelista da OSBA, Thomaz Rodrigues.
As duas obras da apresentação do Quarteto de Cordas trazem influências regionais de seus compositores, como a menção a elementos das Bachianas Brasileiras na obra de Villa-Lobos ou a influência da música negra norte-americana na peça composta por Dvořák, quando o músico tcheco dirigiu o Conservatório de Música de Nova Iorque.
“De certa maneira, Dvořák contribuiu com o estabelecimento de uma nova linguagem musical, que nas décadas seguintes floresceria com compositores estadunidenses fortemente enraizados em suas influências nacionais, tal qual Villa-Lobos e seus contemporâneos na América do Sul”, complementa Rodrigues.
Obras originais para Trio de Trombones
Já o concerto do Trio de Trombones traz a oportunidade de assistirmos a uma formação que não é tão comum nas apresentações voltadas para a música de câmara. Para o programa, os trombonistas da OSBA Hélio Góes, Mauro Madruga e Michele Girardi montaram um repertório que traz obras originais para este formato, sem adaptações de arranjos para outros instrumentos.
“São todas composições originais, em sua maioria do período contemporâneo (século XX e XXI), com exceção da obra composta pelo austríaco Anton Bruckner, que possui um caráter mais meditativo, ligado à música sacra. Essa inclusão também é uma homenagem aos 200 anos de nascimento de Bruckner, que comemoramos em 2024”, revela o trombonista da OSBA, o italiano Michele Girardi.
Dentre as obras do programa, Girardi aponta que a composição “Fire Horse”, de Steven Verhelst, é a ‘cereja do bolo’ deste concerto. Para a interpretação desta música, o trio de trombonistas receberá a participação do pianista da OSBA, Eduardo Torres. “É uma obra que tem uma atmosfera animada, cantável, bastante melódica, explorando muito bem as potencialidades do trio de trombones”, complementa Girardi.
Foto: Taylla de Paula/OSBA