Segundo levantamento realizado pelo Banco Santander, 52% da carteira das investidoras baianas são de renda fixa, um investimento menos arriscado. Os dados apontam que a tendência das mulheres no estado é de procurar por investimentos mais conservadores, o que cresceu nos últimos anos. Os Certificados de Depósitos Bancários (CDB), as Letras de Crédito do Imobiliário (LCI), as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), além dos títulos do Tesouro Direto e até a poupança, são os investimentos conservadores apontados, ainda destacando-se outras modalidades de investimento para as mulheres do estado, como a previdência, com 29%, e os fundos, com 13%.
Esse cenário é influenciado diretamente pelo contexto sociocultural do país, onde durante muito tempo o mundo dos investimentos era algo estritamente masculino, é o que explica a líder regional do Santander AAA, plataforma de investimentos do banco, Andréa Fedulo. Segundo ela, para que uma mulher se disponha a investir, é preciso um certo nível de segurança, pela preocupação que a mesma tem com o futuro e com a família. Isso acaba se refletindo em um conservadorismo bancário maior, afim de evitar riscos.
A renda variável, que são as opções consideradas mais “imprevisíveis”, somaram apenas 2% da carteira do banco no estado. Ainda assim, a expectativa da líder regional do Santander é que, ao longo do ano, com as aguardadas novas quedas da Selic, os investimentos conservadores acabem se tornando menos atraentes e a renda variável desperte mais interesse no público feminino, já que um recuo na taxa básica da economia brasileira prejudica os investimentos de renda fixa, que oferecem uma remuneração baseada em juros.
Ainda segundo o levantamento, a previdência teve um desempenho constante durante os últimos anos, com uma tímida elevação de 27,7% do total da carteira em 2022 para 28,4% em 2023. Os homens também mostram interesse nesta opção, já que ela equivale a 24% dos investimentos masculinos. Nos fundos de investimentos houve uma queda na participação da carteira dos homens: saíram de 17% para 14%. Entre as mulheres, a queda foi um pouco menor: de 14% para 12% do total dos investimentos entre 2022 e 2023. Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) foram os únicos que registraram crescimento na carteira feminina, avançando de 2,64% para 4,35%. Renda Variável e Crédito Privado ficaram com pouco mais de 1% do total do portfólio desde 2022.