De 2022 para 2023, a taxa de desocupação na Bahia cedeu em razão da manutenção de dois movimentos positivos. Por um lado, aumentou o número de pessoas trabalhando, fosse em ocupações formais ou informais (população ocupada). Por outro lado, o total de desocupados (quem não estava trabalhando, procurou trabalho e poderia ter assumido se tivesse encontrado) teve queda.
Em um ano, o número de trabalhadores no estado cresceu 0,9%, chegando a 6,075 milhões de pessoas, o que representou mais 53 mil pessoas trabalhando, no período. Foi o terceiro crescimento anual seguido da população ocupada, ainda que num ritmo bem menor (+2,6% de 2020 para 2021 e +14,7% de 2021 para 2022). Com isso, o o número de trabalhadores chegou, em 2023, ao seu maior patamar em oito anos, desde 2015, quando havia 6,398 milhões pessoas ocupadas no estado.
Além disso, na Bahia, a população desocupada (ou desempregada) seguiu em queda em 2023, recuando 13,7% frente a 2022, chegando a 922 mil pessoas, com menos 145 mil desocupados em um ano. Foi a segunda diminuição anual consecutiva do número de pessoas procurando trabalho, no estado, e também a segunda redução mais intensa em toda a série histórica, só perdendo para a verificada entre 2021 e 2022 (-24,8%).
O recuo levou o total de pessoas desocupadas na Bahia ao seu menor patamar desde 2015, quando havia 816 mil pessoas nessa situação. Por outro lado, a população que estava fora da força de trabalho (pessoas que por algum motivo não estavam trabalhando nem procuraram trabalho) voltou a crescer em 2023, após duas reduções seguidas, no estado.
Ficou em 5,089 milhões de pessoas, 1,3% maior do que em 2022 (mais 63 mil pessoas), mantendo-se acima do registrado no pré-pandemia, em 2019, quando havia 4,702 milhões de pessoas fora da força de trabalho na Bahia. Dentre as pessoas que estão fora da força de trabalho, as desalentadas também voltaram a mostrar discreto aumento em 2023, depois de dois anos em queda. No ano passado, 596 mil pessoas podiam ser consideradas desalentadas na Bahia, 1,4% a mais do que em 2022 (mais 8 mil em um ano).
Assim, o estado continuou em 2023 com o maior número de desalentados do Brasil, liderança que sustenta ao longo de toda a série histórica da PNADC, iniciada em 2012. Em todo o país, no ano passado, havia 3,717 milhões de pessoas desalentadas, 12,4% a menos (-528 mil) do que em 2022. De um ano para o outro, o número de pessoas desalentadas cresceu em apenas 4 das 27 unidades da Federação (PA, BA, MT e AP) e se manteve estável em 1 (RO). Nas demais 22 houve quedas.
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.
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