O presidente Lula disse, em entrevista à CBN Recife, que é fundamental garantir o direito de defesa ao número 2 da Agência Brasileira de Inteligência, Alessandro Moretti, mas indicou que ele deverá ser demitido do cargo. O diretor-adjunto da Abin é investigado por possível conluio entre os investigados da Polícia Federal e atual diretoria da Abin.
Lula ainda reforçou que tem confiança no diretor da Abin, Luiz Fernando Correa, que chegou a chefiar a Polícia Federal no segundo mandato do petista no Palácio do Planalto: “Dentro da equipe dele (Correa), tem este cidadão que manteve relação com o Ramagem. Se isso for verdade, não há clima para este cidadão ser mantido na Abin. Mas antes disse é necessário apurar, garantir o direito à defesa”, disse.
Lula ainda defendeu a autonomia da Polícia Federal nas investigações da chamada de “Abin Paralela”, suposta estrutura montada dentro da agência para monitorar ilegalmente adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, durante a gestão do então diretor Alexandre Ramagem, alvo de operação na semana passada. O presidente ainda criticou manifestação do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre suposta perseguição política.
“Ele (Bolsonaro) falou uma grande asneira, o governo federal não manda na PF, muito menos na Justiça. Você decisão de um juiz que autorizou operação sobre suspeitas na Abin. E a Polícia Federal foi cumprir. Espero que as pessoas investigadas tenham o direito à presunção de inocência e acho que as pessoas que não devem não temem”, afirmou.
O presidente ainda defendeu a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras. Em 18 de janeiro, o petista fez uma visita à usina que fica em Ipojuca, em Pernambuco. Paradas desde 2014, as obras na refinaria deixaram um rastro de escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. Lula disse que a paralisia das obras por conta de denúncias, nem sempre comprovada, levou a prejuízos ao Brasil. Se escolheu punir as empresas, disse Lula.
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