Em 2017, no governo de Michel Temer, o Banco do Brasil demorou mais de quatro meses para liberar um empréstimo de R$ 600 mil ao estado da Bahia. Mesmo com o cumprimento de todas as etapas do processo, a instituição se recusou a liberar o recurso e o valor só foi repassado após determinação da Justiça. O assunto foi comentado pelo secretário da Fazenda da Bahia, Manoel Vitório, nesta quinta-feira (4), em entrevista a Rádio Metropole. Líder da pasta desde então, Vitório revelou que após a repercussão na imprensa e decisão judicial, o presidente da instituição o procurou com o pedido de “aliviar” a situação.
“Na hora de liberar o dinheiro, algumas forças ocultas atuaram e eles seguraram. Já estávamos para fazer uma queixa ao próprio Banco Central. Lembro que falei com o presidente do banco e disse: meu amigo você vai correr esse risco? No dia que liberou, ele veio pessoalmente à Bahia e pediu para falar comigo, que não tivesse ninguém da imprensa. Ele estava muito nervoso, porque as consequências são pessoais. Ele meio que veio pedir para aliviar, liberou o recurso e estava muito preocupado”, declarou.
Vitório relembrou ainda que as dificuldades foram vividas até 2022, com o final do governo de Jair Bolsonaro. Ele ressaltou que enxerga a Bahia como uma potência nacional, por ter se mantido firme durante todo o período. “Nesse período todo ficamos à míngua, o que nos salvou foi a qualidade do gasto público, associada a melhoria da performance do fisco, fez com que a gente conseguisse conter o custeio e dentro da nossa própria arrecadação financiar os investimentos”, disse.
Foto: Fernanda Vilas/Metropress