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COMÉRCIO DA GUIANA NA FRONTEIRA COM BRASIL SEGUE NORMAL EM MEIO A TENSÃO COM VENEZUELA, DIZ PREFEITO

João Paulo - 09/12/2023 07:17

Apesar da tensão com a Venezuela pela região de Essequibo, o comércio na cidade de Lethem, na Guiana, que fica na fronteira com o Brasil, segue normal. De acordo com o prefeito de Bonfim, cidade na fronteira com a Guiana, Joner Chagas (Republicanos), a disputa entre os países não tem afetado o movimento. Lethem é a cidade guianense que, inclusive, fica no território de Essequibo e é conhecida como “paraíso de compras” para os brasileiros, com leis fiscais bem menos rígidas do que do outro lado da fronteira. Com isso, o fluxo no município de Bonfim é sempre constante.

O prefeito Joner Chagas publicou em suas redes sociais um vídeo em que faz o percurso para atravessar a fronteira da cidade com o país vizinho. No vídeo, ele mostra que não há a presença de militares no município, ao contrário de Pacaraima, cidade roraimense que fica na fronteira com a Venezuela. No vídeo, Joner afirma que em Bonfim “tudo está tranquilo”, mas que existe sim uma preocupação com a disputa por Essequibo mas que “a vida está seguindo normalmente”.

“Não tem pressão venezuelana aqui, não. Há sim uma preocupação, comentários… existe também muito fake news […] Tá tranquilo, as pessoas da Guiana voltando, as pessoas aqui indo averiguação normal agora aqui passando aqui pelo posto da polícia federal normalmente”, diz o prefeito no vídeo. Joner mostra ainda que há tranquilidade no outro lado da fronteira, em Lethem. O prefeito acompanha essa situação desde antes do referendo que consultou os venezuelanos sobre Essequibo e desde sempre ele vem reafirmando que está “tranquilo”.

A médica veterinária Sofia Porto, de 29 anos, foi até a cidade guianense para fazer compras nessa quinta-feira (7). De acordo com ela, nada estava fora do comum além de uma placa com os dizeres em inglês “Essequibo pertence à Guiana”, em livre tradução. Ela destaca que todas as lojas estavam abertas e com muitos clientes. O fluxo estava “normal”. “Não tinha nenhum clima de que estava acontecendo algum conflito, estava todo mundo normal. A vida seguindo normalmente as pessoas fazendo compras todas as lojas abertas, supermercado restaurante tudo aberto e não tinha nada de diferente”.

“A única coisa realmente diferente que a gente viu foi uma placa falando que o território que a Venezuela quer tomar pertence a Guiana uma placa não um outdoor”, disse a médica veterinária. Em Pacaraima, o Exército Brasileiro intensificou presença de militares e armamento na fronteira do Brasil com a Venezuela. O reforço de tropas e meios de emprego militar também ocorre em Boa Vista, capital de Roraima, segundo o comunicado. No dia 29 de novembro, o Ministério da Defesa já havia anunciado o reforço de segurança na região.

Nesta sexta-feira (8), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assinou seis decretos para incorporar Essequibo e transformar o território guianense em um estado venezuelano. A iniciativa ocorre no dia seguinte ao anúncio de que os Estados Unidos realizariam exercícios militares na Guiana, inclusive em Essequibo, o que a Venezuela interpretou como uma “provocação”. A Guiana e a Venezuela disputam a região de Essequibo há quase 200 anos. Desde 2018, o caso tramita na Corte Internacional de Justiça (CIJ) porque a Guiana recorrer ao tribunal por não acreditar que teria mais condições de negociar de forma conciliadora com a Venezuela.

 

Foto: Divulgação/Prefeitura de Bonfim

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