O calor extremo que o país enfrenta não está só enchendo praias na capital. As altas temperaturas e a ausência de chuvas influenciaram diretamente produções agrícolas na Bahia Até o momento, a área plantada de milho é de 70 mil hectares, 49% a menos da área prevista, que é de 135 mil. A soja, por sua vez, foi semeada em uma área correspondente a 1,2 milhão de hectares, portanto, 49% da área estimada falta ser plantada. Os dados são da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).
Em comparação ao mesmo período do ano passado, a área de milho plantada até o momento apresenta uma redução de 61%, enquanto a soja é de 35%. Em 2022, respectivamente, as áreas foram de 180 mil hectares e 1,86 milhão de hectares. De acordo com o gerente de infraestrutura da Aiba Luiz Stahlke, o calor aumenta a temperatura do solo, causando problemas na germinação das sementes e no desenvolvimento das plantas já emergidas, o que gera danos ao setor. As altas temperaturas diminuem a umidade necessária do solo rapidamente, interferindo no ritmo de plantio dos produtores.
“Com o clima incerto, os produtores diminuem o ritmo de plantio. Por isso, os problemas de replantio são pontuais, sem registro de problemas em larga escala. O principal impacto causado pela condição climática é a quantidade de área plantada, que está bem abaixo do normal”, explica Stahkle.
Dentre as culturas plantadas no Oeste baiano, o milho é a que mais sofre com problemas climáticos. Isso porque a falta de umidade no solo e as altas temperaturas afetam o potencial produtivo do grão em casa fase de seu desenvolvimento, desde a germinação até a floração. “Ele vai acumulando várias perdas ao longo do ciclo, diferente da soja, que pode se recuperar depois de apresentar problemas em vários períodos”, pontua Stahkle.
Crédito: Imagem de Vitor Dutra Kaosnoff por Pixabay