Uma gordurinha que não sai, localizada, principalmente nos membros inferiores, e que acomete mais as mulheres. O Lipedema, uma doença vascular crônica, ganhou destaque nos últimos dias ao ter sido o motivo que levou uma modelo à mesa de cirurgia para uma lipoaspiração nos joelhos. Mas o que causa ou intensifica esta condição? Como tratar e conviver com a condição? Quais os seus efeitos no corpo?
De acordo com Luciana Castellani, Cirurgiã e professora da Universidade Salvador (UNIFACS), embora acometa uma parcela da sociedade, a doença ainda não é totalmente dominada por todos os médicos. “É uma condição estudada há pouco tempo e consiste numa disfunção crônica, progressiva, inflamatória que atinge a gordura no tecido subcutâneo principalmente em pernas e braços, contudo, mãos e pés não são afetados. Ela é potencial agressiva pois, ao progredir, limita a mobilidade, causa dor e pode danificar o sistema linfático”, pontua.
Sintomas
Marcado, muitas vezes, por peso excessivo nas pernas, dores localizadas e inchaço, além de aspectos visuais, o lipedema requer um diagnóstico de seu nível de gravidade e o respectivo tratamento para a condição em cada paciente. Dentre os principais sintomas da doença, estão: Dificuldade para caminhar devido à gordura acumulada; presença de nódulos, que são identificados ao apalpar a região; Perda de elasticidade da pele; Bolsas ou caroços de gordura acima ou abaixo do joelho.
Para além dos sintomas já listados, o tratamento inadequado do lipedema pode causar o bloqueio dos vasos linfáticos, responsáveis por drenar o líquido dos tecidos para os vasos sanguíneos. Essa condição acaba aumentando o risco de infecções, além de diminuir o tempo de cicatrização de feridas.
Tratamento
Luciana Castellani ressalta que o objetivo do tratamento é reduzir sintomas, diminuindo a desproporção entre os membros afetados e prevenir progressão. Dentre os principais tratamentos para o lipedema, estão: drenagem linfática, uso de meias compressivas, dieta anti-inflamatória (low carb e dietas cetogênicas), perda de peso e atividade física.
Já o tratamento cirúrgico, quando indicado, deve-se tomar todos os cuidados relativos ao procedimento. “É importante a análise da condição de saúde geral do paciente com exames laboratoriais e cardiológicos, além da escolha de um profissional Cirurgião Plástico com expertise nesses casos e registrado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A escolha de local com estrutura adequada e suporte de um anestesista também é de suma importância”, alerta a cirurgiã.
“O tratamento cirúrgico com Lipoaspiração é apenas uma etapa e só está indicada se a fase inflamatória da doença estiver controlada. Essa cirurgia pode ser feita com o auxílio de tecnologias como o Laser 1210nm, vibrolipoaspirador, vibração ultrassônica ou radiofrequência”, complementa Luciana Castellani.
Por mais que tenha baixa incidência de riscos, os cuidados de uma Lipoaspiração são os mesmos para qualquer tipo de cirurgia. O pós-operatório é definido como rápido e pouco doloroso, mas, o paciente deve seguir as orientações do uso de malhas compressivas, drenagem linfática e dieta adequada, com a adoção de um estilo de vida saudável para que não haja retorno do lipedema.
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