O comércio varejista estima que a Black Friday deste ano tenha um faturamento 12% maior em relação ao evento de 2022, passando de R$6,15 bilhões para R$ 6,92 bi. Os dados são do relatório “Estratégias e Expectativas para a Black Friday 2023“, divulgado pela Neotrust, fonte de dados e de inteligência sobre o e-commerce.
Na Bahia, a projeção para o evento, que começa em 23 de novembro e vai até 26 do mesmo mês, também é positiva. Segundo o presidente Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas-BA), Paulo Mota, no estado a expectativa é que o crescimento das vendas seja acima de 10%, com um ticket médio de R$ 250 podendo chegar a R$500. Os bens não duráveis e semiduráveis devem ficar na preferência dos consumidores.
Sapatos, roupas, perfumaria e todos os produtos que não necessitem de um crédito extensivo estão na lista. “O programa do governo federal, quitando dívidas, incentiva o credito dos consumidores inadimplentes, que são basicamente a classe média e baixa do país. Está voltando ao mercado um volume expressivo de consumidores. Associado à inflação mais comportada, os juros estão decrescentes, isso nos traz uma confiança”, afirma.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrascel), Edson Piaggio, a movimentação nos estabelecimentos deve crescer em torno de 20% somente nesse período. “As vendas no 2º Semestre do ano são sempre melhor em relação ao 1º Semestre e notadamente no último trimestre. As estratégicas de Marketing são desenvolvidas pelos com escolhas dos Temas das Decorações e Promoções”, diz. Ele faz coro às modificações no cenário econômico promovidas pelo governo federal que deram um gás nas vendas e no comércio. “Na medida que os consumidores regularizam as suas dívidas pendentes sempre voltam às compras”, explica em entrevista a Tribuna da Bahia.
Consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), Guilherme Dietz pontua que o período promocional tem se tornado um grande momento para o comércio, atrás apenas do Natal. As projeções positivas, além da conjuntura econômica atual, se devem também ao pagamento do 13º salário, em novembro, tendo em vista que o número de pessoas empregadas aumentou. “O evento começou pelos meios eletrônicos, depois passou para o varejo físico e hoje se consolida no mercado como um todo. A expectativa é bastante positiva. O Dia das Mães é bom, mas em alguns segmentos. A Black Friday é bom para o varejo inteiro”, destaca Dietze, em entrevista a Tribuna da Bahia.
O prenúncio de boas vendas por especialistas e representantes do setor está de acordo com a pesquisa da Neotrust. O período que abrange a data também será marcado por uma elevação considerável nas vendas online, com o número de pedidos aumentando entre 7% e 11%. A partir de dados coletados de mais de 2500 varejistas online de todo o país, a CONFI monitora mensalmente a evolução do cenário de e-commerce no Brasil — abrange, por exemplo, uma média diária de 1,5 milhão de pedidos.
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