Na Bahia, quem realiza teletrabalho trabalha cerca de 1 hora a mais por semana, mas ganha quase 2,5 vezes o salário médio dos ocupados
Em 2022, na Bahia, os profissionais que realizaram teletrabalho tiveram uma jornada semanal um pouco maior do que a de todas as pessoas ocupadas. Em contrapartida, receberam um rendimento significativamente superior, de mais do que o dobro (2,4 vezes) da média de todos os trabalhadores, inclusive por hora trabalhada.
A jornada semanal dos teletrabalhadores baianos foi de 38,1 horas, frente a 37,3 horas da população ocupada em geral, no estado, ou seja 0,8 hora ou 2,1% maior. Quem realizou teletrabalho também tinha jornada semanal maior que a média no Brasil como um todo e em 12 das 27 unidades da Federação.
No país, quem realizava teletrabalho tinha uma jornada de 39,7 horas semanais, frente a 39,3 horas da população ocupada em geral (+0,4 hora ou +1,0%). As maiores diferenças para cima, em termos absolutos e percentuais, estavam no Piauí (+2,7 horas ou +7,8%), Amazonas (+1,2 hora ou +3,2%) e Pará (+1,1 hora ou +3,0%). A Bahia tinha a 5ª maior diferença absoluta (+0,8h) e a 6ª em termos relativos (+2,1%).
Em contrapartida, quem realizava teletrabalho tinha um rendimento real mensal muito superior ao dos ocupados em geral. Na Bahia, em 2022, os teletrabalhadores ganhavam R$ 4.201. Embora fosse o 2º rendimento mais baixo do país, só acima do Maranhão (R$ 3.843), equivalia a 2,4 vezes (142,7%) o valor recebido pela população ocupada em geral (R$ 1.731).
No Brasil como um todo, quem realizava teletrabalho tinha rendimento médio mensal de R$ 6.479, também equivalente a 2,4 vezes (+138,7%) o da média dos ocupados em geral (R$ 2.714). Os teletrabalhadores ganhavam mais em todos os 27 estados, e as maiores diferenças estavam no Piauí (3,3 vezes a média ou +231,0%), na Paraíba (3,2 vezes ou +220,0%) e no Pará (2,9 vezes ou +192,7%).
O maior rendimento médio dos teletrabalhadores não é uma consequência do teletrabalho em si, mas do perfil predominante das pessoas atuando nessa modalidade, em razão de fatores como ocupações relacionadas a maior nível de escolaridade; empresas em atividades que pagam mais; necessidade de haver estrutura para o teletrabalho no próprio domicílio, entre outros.
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