O governo federal exonerou Paulo Mauricio Fortunato Pinto, que ocupava o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), nesta terça-feira (24). Outros dois diretores do órgão também foram dispensados.
As exonerações ocorrem após a Polícia Federal (PF) apreender US$ 171,8 mil em espécie na casa do então secretário, na última sexta-feira (20). Na ocasião, a secretaria foi alvo da Operação Última Milha, que resultou na prisão dos servidores Eduardo Arthur Izycki e Rodrigo Colli, suspeitos de fazerem uso de um software para espionar ilegalmente políticos, advogados, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos foram demitidos horas após a operação.
Em nota, a Abin afirma que concluiu um processo administrativo que confirmou a participação dos dois como representantes de uma empresa em uma licitação do Exército, o que é vedado para servidores públicos. Além disso, a corporação cumpriu 25 mandatos de busca e apreensão.
Fortunato tem extensa carreira na agência e foi coordenador operacional do Centro de Inteligência da Abin em eventos como a Copa do Mundo no Brasil, em 2016; a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, quando o Papa veio ao Brasil; e as Olimpíadas de 2016. Além disso, ele atuou como conselheiro do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Fora do cargo, ele volta a ser oficial aposentado da Abin e deve ficar à disposição do órgão quando terminar o afastamento determinado pelo STF.
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil