O encontro entre o presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva e do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto selou um novo momento de relação entre as instituições. Segundo reportagem da CNN, na saída do encontro, o ministro da Fazenda falou brevemente com a imprensa, sem dar muitos detalhes sobre o que conversaram com o presidente. O que está certo é que novas reuniões vão acontecer, fortalecendo as relações institucionais entre governo e Banco Central.
Antes e depois da reunião, Campos Neto e Haddad mantiveram a discrição e resistiram a falar sobre temas econômicos entre eles. Nem mesmo a tensa audiência que o chefe do BC teve na Câmara dos Deputados mais cedo apareceu na sala de espera. Fontes sinalizaram à CNN uma preocupação em preservar o primeiro encontro. É clara a percepção de alta sensibilidade da relação entre os dois.
Até pelo histórico de ataques e críticas duríssimas, não só do presidente da República, mas de seus ministros e aliados políticos ao chefe do BC. Ao descerem juntos pelo elevador do Planalto, Haddad e Campos Neto trocaram meia dúzia de palavras, segundo pessoas que acompanharam a saída do gabinete presidencial. “Reunião boa, não Roberto?”, disse o ministro da Fazenda. “Muito, excelente”, respondeu o banqueiro central. Se despediram na garagem e Haddad foi falar com a imprensa que aguardava alguma declaração sobre o encontro.
“Reunião foi muito boa, muito produtiva, muito cordial. [Lula nos] recebeu bem, a conversa transcorreu muito bem. Eu penso que foi um encontro assim, institucional, de construção de relação, de pactuação em torno de conversas periódicas. Foi excelente”, declarou Fernando Haddad aos jornalistas. A partir de agora começa uma leitura sobre os efeitos da reunião. Um sinal importante será o comportamento de governistas, incluindo ministros e parlamentares, com Roberto Campos Neto.
Foto: REUTERS/Adriano Machado | Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom