Uma das soluções proposta pelo governo federal para acabar com a greve dos caminhoneiros foi a criação de uma nova tabela de frete para que os custos dos caminhoneiros diminuíssem. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Vieira, criticou a medida e afirmou que a “rigidez do preço” da tabela de fretes mínimos proposta pelo governo atrapalha o desenvolvimento do setor.
Em entrevista ao Bahia Econômica, o gerente de Estudos Técnicos da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Ricardo Kawabe, afirmou que a medida do governo federal pode prejudicar em muito a indústria da Bahia. Segundo o gerente, a medida vai causar um aumento substancial no custo do transporte rodoviário atualmente praticado pelas empresas.
“Todo e qualquer tabelamento de preços que seja promovido pelo governo vai de encontro aos princípios de mercado defendidos pelo setor industrial. No caso específico da tabela de fretes, demandada pelo setor de transportes e caminhoneiros, há um forte prejuízo para a indústria baiana, pois elevará substancialmente o custo do transporte rodoviário atualmente praticado pelas empresas. A Bahia normalmenteusufrui do chamado frete de retorno, mais baixo,que consiste do retorno do grande volume de caminhões que trazem as aquisições nordestinas de produtos originados das regiões Sul/Sudeste. Com o tabelamento, isso deixa de existir”, explicou Kawabe.
Sobre a flexibilidade dos preços da Petrobrás, que variam seu produto de acordo com a política internacional Kawabe explica que a política de preços nesse momento não atrapalha a indústria. “Em princípio, não enxergamos a flexibilidade de preços como algo negativo, mas sim um padrão do mercado. Além disso, trata-se da política de formação de preços de uma empresa associada da FIEB, a maior e mais importante indústria do Estado da Bahia, e por ela deve ser avaliada e tratada”.