Desde a data do seu lançamento, em outubro de 2020, o Pix se tornou a principal modalidade de transferências utilizada pelos brasileiros. De acordo com um estudo da ACI Worldwide em parceria com a GlobalData – ‘Prime Time for Real-Time Report’ – divulgado pelo Banco Central – o País foi o segundo que mais utilizou pagamentos instantâneos, com 29,2 bilhões de transações em 2022.
O crescimento de transações via Pix também já é expressivo no comércio e grandes empresas. De acordo com o levantamento da plataforma de renegociação de dívidas Serasa Limpa Nome, desde que a modalidade de pagamento instantânea foi integrada ao ecossistema da empresa, em março de 2022, o volume de acordos negociados pelo Pix já soma mais de 4.6 milhões, o que representa 22% do total de pagamentos.
“O crescimento expressivo não apenas confirma a preferência dos brasileiros pelo Pix como mostra a urgência pelo acesso ao crédito no país. Ao fazer o pagamento dos acordos por Pix, os consumidores têm a baixa da negativação instantânea e, com as dívidas quitadas, é possível solicitar o ‘Extrato Serasa’, que comprova que não têm mais débitos pendentes no cadastro da empresa”, explica Aline Maciel, gerente da plataforma Serasa Limpa Nome.
A Justa, fintech de meios de pagamento que inclui o Pix e as maquininhas, apresenta um crescimento fluído e constante na quantidade de lojista utilizando a modalidade de pagamento instantâneo desde julho de 2022. Comparando os dados de todo o ano passado com os quatro primeiros meses de 2023, houve um crescimento de 84% no volume de transações e de 69% em movimentações financeiras. A quantidade de lojistas a adotarem o Pix para o recebimento de pagamentos teve um crescimento de 6% no período.
De acordo com a CPFL Energia, uma das maiores empresas de energia elétrica do Brasil, mais de 1 milhão de clientes da companhia já realizam o pagamento mensalmente por meio do Pix. No último ano, o aumento foi de 93%, e a empresa destaca que isso pode trazer benefícios para os clientes, já que o recebimento via Pix traz agilidade na confirmação do pagamento das contas e, consequentemente, na execução de serviços como religação de energia. Segundo dados do Banco Central, cerca de 60% dos brasileiros não têm cartão de crédito ou limite para compras de maior valor e, diante desse cenário, o Pix impulsiona o BNPL (sigla para Buy now pay later – Compre agora, pague depois), que teve um crescimento de 27% nos últimos meses, segundo um levantamento da consultoria Gmattos.
“Parcelar é uma necessidade da população brasileira devido ao histórico de inflação e juros altos que afetam seu poder de compra e, além disso, o limite médio de cartão de crédito no país é de R$ 1.500 o que impossibilita compras de bens e serviços de maior valor. As soluções alternativas de pagamento como o Boleto Parcelado e o Pix Parcelado permitem que mais pessoas possam comprar a prazo, sem a necessidade do cartão”, comenta Juana Angelin, COO da Koin, primeira startup a ser homologada no país a parcelar compras online com a solução de Boleto Parcelado.
De acordo com Maria Cristina Kopacek, fundadora da Idez, primeira fintech especializada em serviços financeiros para empresas, que atua sob o modelo embedded finance, a chegada do PIX foi o start para que essa revolução digital tomasse forma e atraísse olhares atentos, tanto de banqueiros tradicionais, quanto de fintechs e, em última instância, o cliente final. “A aplicação de tecnologias de segurança (como blockchain e tokenização) e de investimentos (como as NFTs) ganharão ainda mais destaque nos próximos anos e impulsionarão o setor”, explica a empreendedora.
Porém, como nem tudo são flores, o que era para trazer somente benefícios, veio acompanhado de problemas e riscos, facilitando assim a vida de criminosos, que criaram novas formas de aplicarem golpes nas pessoas: de janeiro a junho de 2022, houve 844.821 mil tentativas de golpes envolvendo o Pix, segundo um levantamento da PSafe, empresa de cibersegurança. “Existem alguns cuidados que são imprescindíveis, como utilizar chaves aleatórias na hora de realizar uma transferência via Pix para desconhecidos. Afinal, informações pessoais, a exemplo do CPF e número do celular são essenciais para os golpistas”, alerta Alberto André, CEO do Plusdin, fintech que ajuda brasileiros a tomarem as melhores decisões financeiras para suas vidas.
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