O Índice Geral de Preços-10 caiu 2,20% em junho, a terceira queda mensal seguida, informou hoje a Fundação Getulio Vargas. A projeção do mercado era de queda menor, de 2,10%. No mês anterior, a taxa havia sido de -1,53%. Com esse resultado, o índice acumula variação de -6,31% em 12 meses, a maior da série história do IGP-10, criado em setembro de 1993. A deflação vem sendo puxada pelos preços no atacado, com o IPA, que tem peso de 60% no IGP-10, recuando 3,14%, a quinta queda mensal seguida.
Em 12 meses, o IPA acumulada deflação de -9,62%. O recuo do atacado já mostra seus efeitos também nos preços ao consumidor, o IPC, que tem peso de 30% no IGP-10. O IPC teve queda de -0,18% em junho, a primeira desde setembro de 2022, reduzindo a alta em 12 meses de 3,57% até maio para 2,65% este mês. Já o Índice Nacional da Construção Civil, o INCC, com peso de 10% no IGP-10, subiu 1,19%, com 4,73% em 12 meses.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o IGP-10, com destaque para: óleo Diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%). Essas quedas influenciaram tanto o atacado quanto o varejo. O IPA agrícola teve queda de 4,22% em junho, quanto, no IPC, Alimentos caíram 0,21% e transportes, 1,23%. Os preços dos Produtos Industriais no IPA também registraram deflação, de 2,72% em junho. A queda do IGP-10 pode influenciar a decisão de juros do Comitê de Política Monetária, o Copom, que definirá a Selic na próxima quarta-feira.
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