A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) incluiu os ex-CEO da rede Americanas, Sérgio Rial e João Guerra Duarte Neto, na primeira acusação contra a varejista fruto de investigações no órgão de controle.
Em janeiro, o grupo que tem como principais acionistas os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles revelou a existência de um débito de R$ 20 bilhões não contabilizados nos balanços da companhia. Rial, que ficou 11 dias no cargo, era o CEO quando o rombo foi divulgado ao mercado. Já João Guerra Duarte Neto assumiu o cargo logo em seguida – sendo sucedido por Leonardo Coelho Pereira – e acumula o posto com o de diretor de Relações com Investidores.
Para a CVM, a revelação do montante não contabilizado foi confusa e feita pelo ex-CEO em uma teleconferência sem a participação de uma parte dos investidores. Por isso, Rial é suspeito de ter infringido a Lei das S.A., que exige “sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado”. Também pode ter violado a resolução da CVM que obriga a “divulgação e a comunicação de ato ou fato relevante”.
Já Guerra é acusado, na condição de diretor de Relações com Investidores, de também infringir a Lei das S.A., segundo à qual “os administradores de uma companhia aberta são obrigados a comunicar imediatamente à Bolsa de Valores e a divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembléia geral ou dos órgãos de administração da companhia”.
Foto: Americanas/divulgação