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“O NOSSO ESTADO VIVE UM APAGÃO FERROVIÁRIO”, DIZ ROBERTO OLIVA

Tácio Caldas - 30/05/2023 18:05 - Atualizado 30/05/2023

Reeleito para a presidência do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), entidade que reúne empresas que atuam em 234 áreas portuárias espalhadas pelo Brasil, o empresário baiano Roberto Oliva entende que a Bahia vive um apagão na área do transporte ferroviário.

“Temos que ver como conseguir medidas para destravar o desenvolvimento da Bahia. O nosso estado vive um apagão ferroviário. Apesar de estar no meio do país, de ter essa dádiva dada pelo Criador, que é a Baía de Todos os Santos, com águas profundas e pouco assoreamento, de fazer limite com oito estados brasileiros, nós estamos ficando isolados pela falta de acessos ferroviários e pela má qualidade dos acessos rodoviários”, avisa.

A ABTP envolve empresas que movimentam os mais diversos tipos de produtos no país, desde cargas conteinerizadas, cargas gerais, líquidos e gasosos e movimenta a produção de todos os setores econômicos, dos grandes complexos industriais até os polos agrícolas.

“Tudo o que entra e sai do Brasil, o que houver de investimento privado nos portos brasileiros, dialoga com a ABTP. Nós representamos 19,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, isso nos dá uma representatividade muito grande para dialogar com todo o ecossistema portuário brasileiro”, acredita.

Para Roberto Oliva, a indicação dele para este novo mandato é uma garantia de que as demandas do Nordeste na área portuária serão encaminhadas. Na visão do presidente do conselho da ABTP, a presença de baianos como, Marcus Cavalcanti, no governo federal, à frente da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil, é vista como uma oportunidade para levar adiante os pleitos da Bahia na área da Infraestrutura.

“O fato de eu ser da Bahia, e do Nordeste, já que a Intermarítima atua também no Rio Grande do Norte, muda uma tradição antiga, porque o comando sempre foi do Sul e Sudeste”, diz.

O presidente do Conselho Deliberativo da ABTP diz que o problema dos acessos é mais agravado na Bahia, mas se trata de uma questão nacional.

“O setor portuário, pela sua pujança, foi o que mais respondeu aos chamamentos do governo para fazer investimentos. Eu posso citar na Bahia o Tecon, que não tem nada mais moderno, nossos arrendamentos, o arrendamento de Aratu com a CS, a Enseada movimentando minério de ferro e o TPC escoando grãos, para falar só de alguns. Mas este movimento não foi acompanhado por uma expansão na infraestrutura de acessos ferroviários e mesmo rodoviários”, diz.

 

Foto: Divulgação/ABTP

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