O lema “Malês existe e resiste” deu a tônica da Sessão Especial em comemoração aos nove anos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) na Bahia, com o campus dos Malês em São Francisco do Conde, proposta pelo deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), nesta sexta-feira, 5, no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Para o parlamentar a Universidade resistiu durante seis anos a queda de investimentos nos períodos de Temer e Bolsonaro. “Esta resistência é coletiva para que a gente pudesse, hoje, defender e comemorar os nove anos de uma universidade que cumpre um papel especial de reparação do Brasil ao povo africano, além de desmitificar a formação da sociedade brasileira, narrada a partir do viés europeu, quando a mais importante contribuição desde a construção física, cultural e intelectual é do povo negro”.
Ainda na tribuna do Legislativo baiano, convidou o presidente Lula para anunciar na Unilab o retorno da continuidade das obras de dois novos blocos didáticos do campus, que abrigará, dentre outros cursos, a graduação em Medicina (pactuada com o MEC desde 2015).
O Campus dos Malês foi inaugurado em 12 de maio de 2014, pela ex-presidenta Dilma Rousseff, a unidade oferta os cursos presenciais de Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, Licenciatura em Letras, Licenciatura em Ciências Sociais, Licenciatura em História, Pedagogia, Bacharelado em Relações Internacionais e Mestrado em Estudo de Linguagens – Contextos Lusófonos Brasil-África, este último com início em 2022.
A Unilab existe desde 2010, criada na segunda gestão do governo Lula, para atuar em cooperação com os países de língua portuguesa da África (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe).
Representatividade
“Sempre me questionei ‘porque eu não estudava a história dos meus e na perspectiva dos meus na escola?’ e quando eu cheguei na Unilab eu vi uma universidade majoritariamente negra, lá estudei filosofia africana, conheci Paulo Freire e fiz amizades com colegas de Angola, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau”, constatou a estudante de História e membro do Diretório Central dos Estudantes do Campus dos Malês, Sueide Meneses.
Além dos estudantes participaram do evento as secretárias estaduais Adélia Pinheiro (Educação) e Ângela Guimarães (Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais), a ouvidora geral do Estado, Arani Santana; a diretora da Unilab – campus dos Malês, Mirian Sumica; as deputadas estaduais Neusa Cadore, Olívia Santana e Fátima Nunes; mais de 80% dos vereadores franciscanos Antônio Lopes “Pantera” (presidente da Câmara), Marivaldo do Amaral (aniversariante do dia), Rosângela Valentim, Sônia Batista, Rafael Nogueira, Renilza Melo, Luís de Nem, Lorena de Jesus e Clebson da Silva; a vereadora de Salvador, Marta Rodrigues; a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Atuação Estratégica da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Mônica Aragão; o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Aécio José Duarte; a CEO da Fundação Hansen Bahia, Vanessa Dantas e demais autoridades da política, cultura e educação.
Malês em números
No semestre letivo de 2022.2, a comunidade discente da Unilab é formada por 1212 estudantes, sendo 858 brasileiros e 354 africanos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; já os brasileiros são, principalmente, de São Francisco do Conde, Santo Amaro, Candeias, Madre de Deus, São Sebastião do Passé, Saubara, Simões Filho, Dias D’Ávila, Camaçari e Salvador, quase 200 são oriundo(a)s de comunidades quilombolas do território, a maioria mulheres líderes de suas comunidades.
A recente avaliação do Ministério da Educação verificou que quatro dos seis cursos oferecidos no Campus dos Malês obtiveram avaliação “Excelente” e os demais “Muito Bom”.
Foto: Assessoria de Comunicação deputado estadual Rosemberg Pinto (PT-BA)