Começa hoje a Copa do Mundo da Rússia. O país investiu R$ 40 bilhões para receber o evento. O maior investimento da história para a realização do torneio. Esta quantia é cerca de 57% superior à desembolsada pelo Brasil quatro anos atrás. O Mundial passado custou aproximadamente R$ 25,5 milhões aos cofres nacionais. A copa esse ano terá a inovação como ponto forte – desde o seu local de realização até a incorporação da tecnologia no futebol de forma nunca antes vista na história do torneio. A primeira Copa no Leste Europeu será inaugurada por um duelo pouco chamativo, entre a seleção anfitriã e a Arábia Saudita, às 12h (de Brasília), no Estádio Lujniki.
A Copa do Mundo deixou para trás o Brasil – onde já havia desembarcado em 1950 – para chegar à Rússia pela primeira vez. O país-sede inédito deu ao torneio a oportunidade de ultrapassar uma barreira histórica e ser realizado na parte oriental da Europa, continente que mais recebeu Mundiais ao longo da história e abrigará a competição pela 11ª vez. E local de realização trará ao evento esportivo um cara bem diferente.
Nos 12 estádios espalhados em 11 cidades diferentes ao longo do território russo, o alfabeto cirílico usado no país e o idioma certamente darão um pouco mais de trabalho para os visitantes, que poderão conhecer uma cultura que por muito tempo esteve exatamente do lado oposto ao Ocidente, no período da Guerra Fria. As seleções viajarão entre locais que vão desde a capital Moscou, com cultura futebolística vasta e quatro clubes tradicionais no país, até Kaliningrado – que fica fora da extensão territorial da Rússia, localizada entre a Polônia e Lituânia.
Maior país do mundo, a Rússia será palco de um Mundial que terá quatro fusos-horários diferentes. Kalingrado, por exemplo, está a cinco horas de diferença do horário de Brasília, enquanto Moscou e a maioria das sedes está seis horas à frente. Ecaterimburgo, entretanto, está oito horas adiantada com relação ao Brasil, sendo a sede mais oriental da Copa do Mundo, seguida por Samara, onde se adiciona mais uma hora com relação ao horário da capital russa.
Curiosamente, a Copa desembarca no antigo território soviético justamente em um momento de relacionamento conturbando entre o governo de Vladimir Putin e as principais potências do outro lado do mundo – por momentos como as crises da Ucrânia e da Crimeia, o envolvimento nos confrontos da Síria e nas eleições dos Estados Unidos e a acusação de envenenamento de um ex-agente na Inglaterra.
Por adotar uma postura um tanto quanto controversa e ser sempre lugar de destaque na política mundial, a Rússia adotou protocolos de segurança rígidos para a Copa do Mundo, quando milhares de turistas de centenas de países estarão na região. Além do investimento em detectores de metais e outros equipamentos espalhados por estádios e hotéis, uma saída do governo russo para “marcar” de perto os visitantes foi a criação do Fan ID – documento que contém todas as informações dos torcedores e de uso obrigatório para aqueles que estarão nos locais das partidas.