A fala dele vem às vésperas da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária)
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes da Silva, disse nesta segunda (20), que as taxas de juros no Brasil são “pornográficas” e incompatíveis com a situação fiscal do país.
A fala dele vem às vésperas da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), durante um seminário no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros do Brasil […] É inconcebível a atual taxa de juros hoje no Brasil”, disse.
Ele defendeu ainda uma reforma tributária que reduza a carga sobre a indústria a níveis mais próximos aos hoje oferecidos ao agronegócio.
O evento do BNDES, foi o primeiro seminário do banco sob a gestão Aloizio Mercadante, chamado “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21”.
“Se não abaixarmos [os juros], de nada adiantará fazermos políticas industriais. Porque as principais políticas industriais, aquelas que são mais horizontais e, portanto, atingem o conjunto da economia, são justamente uma taxa de juros compatível e, obviamente, uma reforma tributária que crie isonomia entre os setores”, afirma Josué.
O presidente da Fiesp afirmou que “qualquer estratégia para o desenvolvimento nacional passa por uma nova industrialização do Brasil”, em linha do que vem defendendo Mercadante. Ele citou que o setor já foi responsável por 30% do PIB e hoje é por de 12%.
Além do corte dos juros, defendeu redução da carga tributária sobre o setor que, segundo ele, responde por 30% de todos os impostos produzidos no país. “Da renda adicionada da indústria, 45% representam impostos. O agro, que é pop, que é tec, que é tudo, paga 5%.”
Além de carga tributária menor, acrescentou o presidente Fiesp, o agronegócio ainda dispõe de um plano de financiamento com subsídios que somam R$ 13 bilhões por ano. “Só nos ofereçam as mesmas condições que são oferecidas ao agro que teremos uma indústria pop, tec e tudo”, concluiu.
Foto: Reprodução/Universidade Vanderbilt