A fabricante de equipamentos de energia eólica Siemens Gamesa vai suspender temporariamente as operações de sua fábrica em Camaçari, na Bahia, para ajustar sua estrutura produtiva e atender às demandas atuais do mercado.
A companhia enfrenta e a problemas e ano passado a Siemens Energy interviu e pagou 4,05 bilhões de euros e assumiu a totalidade do controle da empresa. O plano do grupo alemão de comprar a parte que ainda não controlava da espanhola Siemens Gamesa e retirá-la da bolsa aconteceu em maio, já que o desempenho da fabricante de turbinas afetava os resultados da controladora.
A notícia acende o alerta no setor eólico, um dos mais importante na Bahia e que vem enfrentando dificuldades para se manter competitivo diante das tensões geopolíticas, do ambiente inflacionário, dos riscos macroeconômicos e reflexos ainda da pandemia de covid-19.
“A empresa confirma a hibernação temporária da fábrica de Camaçari (…). A hibernação não terá nenhum efeito na entrega dos atuais contratos onshore da Siemens Gamesa, incluindo a operação e manutenção de parques eólicos e projetos futuros. Nossa confiança no papel-chave que as energias renováveis e a indústria eólica desempenham, assim como no alto potencial do Brasil para liderar globalmente estas agendas, permanece inabalável. Portanto, reafirmamos que a operação local continuará fornecendo o melhor da tecnologia eólica e de serviços aos clientes brasileiros”, disse a empresa, em nota.
A Siemens Gamesa possui contratos de longo prazo no Brasil, mas teve problemas, como no complexo Tucano, na Bahia, em que ela precisou ressarcir a AES Brasil por conta de atraso de comissionamento das máquinas.
Especialistas dizem que o reposicionamento das fabricantes pode ser em função de logística e fornecimento de peças da China. E a alta de commodities pode ter feito com que os fabricantes tenham revisto a política de nacionalização.
A Abeeólica, associação do setor, vê a decisão da Siemens Gamesa como fato que requer atenção. Em nota, a entidade avaliou que a pausa é “mais um sinal da pressão de preços e da necessidade de retomada de crescimento do país que não só o setor eólico enfrenta, mas a economia como um todo”. A Abeeólica reforçou que “este é um tema chave para a associação em 2023 e que acredita que no médio prazo teremos um cenário mais favorável e veremos sinais de crescimento do país”. Com informações do Valor Econômico.