O Itaú Unibanco fechou o quarto trimestre do ano passado com um lucro líquido recorrente, sem eventos extraordinários, de R$ 7,668 bilhões, 7,1% acima do resultado do mesmo trimestre de 2021, informou ontem o banco.
Com isso, o lucro acumulado no ano ficou em R$ 30,786 bilhões, aumento de 14,5% sobre 2021.
O banco informou, sem citar nomes, que provisionou no quarto trimestre 100% das perdas com a recuperação judicial da Americanas, o que teve um impacto negativo de R$ 719 milhões no resultado recorrente. O Itaú fechou o quarto trimestre com um retorno sobre o patrimônio líquido, medida de desempenho dos bancos, de 19,3%, ligeiramente abaixo dos 21,0% do terceiro trimestre. No ano, o retorno sobre o patrimônio foi de 20,3%, acima dos 19,3% de 2021.
O banco atribuiu o crescimento do lucro em 2022 ao crescimento da margem financeira com clientes, impulsionado pelo aumento da carteira de crédito, de 11,1% no ano, diante da mudança gradual de mix dos empréstimos para o varejo. Mesmo assim, o crescimento ficou abaixo da projeção do banco, de crescimento de mais de 15,5%.
Houve ainda aumento das receitas de prestação de serviços e seguros, de 7,8% pelo maior faturamento com cartões e ganhos na gestão de recursos. Já a inadimplência aumentou em 2022, para 2,9%, ante 2,5% em 2021, especialmente em cartões de crédito e veículos, reflexo do endividamento e da queda de renda das famílias. Isso provocou aumento da do custo do crédito do banco em 59,6%, com a despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa aumentando 52,6%, para R$ 32,996 bilhões.
Já no quarto trimestre, as provisões cresceram 45,1%, para R$ 9,9 bilhões, por causa do segmento de atacado, com Americanas, que provocou impacto de R$ 1,3 bilhão e levou o custo de crédito a subir 58,1%. “Antecipamos o atual ciclo de crédito, diversificamos nossos portfólios e calibramos nossa exposição”, disse Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco. O banco também divulgou as projeções para 2023, que estimam aumento de 6,0% a 9,0% na carteira de crédito, de 13,5% a 16,5% na margem com clientes, uma margem financeira com o mercado, ou seja, ganhos de tesouraria, entre R$ 2,0 bilhões e R$ 4,0 bilhões, uma receita de prestação de serviços crescendo entre 7,5% e 10,5% e despesas não ligadas aos juros aumentando entre 5,0% e 9,0%.
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