Salvador está no circuito do turismo sexual, que a Organização Mundial do Turismo (OMT) define como “viagens com a intenção” de sexo pago “com residentes do destino”. Viajar em busca de sexo não é crime, mas pode integrar uma zona criminosa: a do assédio e exploração sexual, adulta e infantil, e o tráfico de pessoas.
Toda rede de turismo é solicitada a participar do turismo com motivação sexual. O jornal Correio percorreu, por cinco dias, a região do Porto da Barra e o Pelourinho, points do circuito da busca de turistas por sexo. Era tarde de quarta, turistas lotavam o Pelourinho e Lúcio*, à porta de uma agência de turismo, contava oito turistas que o procuraram em busca de prostitutas. A prostituição é legalizada, mas lucrar com a prostituição alheia não – a pena é de até cinco anos. “Elas [prostitutas] me dão 10% por cliente. Para brasileiro, é R$ 150. Gringo paga mais caro, R$ 250”.
A busca ativa – de prostitutas por turistas e vice-versa – também chega aos hotéis, sobretudo os de pequeno e médio porte, onde prostitutas entregam cartõezinhos profissionais nas recepções. Soa antiquado, mas quem lucra com o sexo quando a cidade está cheia sabe da demanda fora da internet. “Para mim não vale [indicar prostitutas]. Se eu consigo sugerir pacotes de viagem [a turistas], ganho uma porcentagem das empresas”, conta Cláudio.
Para a presidente da Associação de Prostitutas da Bahia, Fátima Medeiros, onde há relações conscientes, ela não vê vítimas. Há 20 verões, Lila fez o movimento sonhado por Sofia – do Brasil rumo à Europa, impulsionada pelo turismo. A baiana, uma mulher transgênero, conheceu um italiano e partiu com a promessa de trabalhar com ele. À época, ela estava desempregada. “Mas chegando lá, a gente se desentendeu”.
Países como Tailândia e México são igualmente populares entre turistas que viajam pelo sexo. Em Amsterdam, capital da Holanda, prostitutas e prostitutos se exibem por trás de um vidro. Em Salvador, clima tropical e ideia de uma vida baseada em “festa, praia, preguiça e sexualidade” facilitam a colocação da cidade como um dos centros do turismo sexual. O Rio de Janeiro ainda é o principal, no Brasil, seguido pela capital baiana e Fortaleza. O poder público baiano não possui campanhas específicas sobre o turismo sexual, mas diz promover ações como vistorias para controle de qualidade em meios de hospedagem e contra a exploração sexual de crianças e adolescente e o assédio sexual.. Com informacões do jornal Correio.
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