O ritmo de contratações do setor privado americano desacelerou em janeiro, reflexo dos problemas climáticos neste início de ano, mostra levantamento da empresa ADP.
O dado pode influenciar a discussão do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, o banco central americano, que divulga hoje às 16h00 sua taxa de juros básica.
Segundo o estudo, foram criadas 106 mil vagas em janeiro, bem menos que as 190 mil esperadas pelo mercado, e bem abaixo também que as 253 mil de dezembro, número revisado para cima hoje. O dado anterior de dezembro era de 235 mil vagas. A criação de empregos no setor privado dos Estados Unidos segue sendo puxada pelo segmento de hospitalidade, com bares, restaurantes e hotéis respondendo por 95 mil das vagas criadas em janeiro.
Já transportes e serviços públicos e construção reduziram os empregos. Nas grandes categorias, a produção de bens perdeu 3 mil vagas, enquanto serviços criaram 119 mil. Os salários ficaram praticamente estáveis em janeiro, segundo a ADP, mas subiram 7,3% sobre o mesmo mês do ano anterior. A economista-chefe da ADP, Nela Richardson, disse à CNBC que fatores climáticos tiveram impacto forte nessa queda da criação de vagas, mas o mercado de trabalho não está tão fraco como os números de janeiro sugerem.
Ela cita as semanas anteriores à do dia 12 do mês, que a ADP usa como referência, e que vinham mostrando força nas contratações. O movimento foi afetado por nevascas no Meio-Oeste americano, tempestades e enchentes, especialmente na Califórnia, no início do ano. Os números mais fracos de emprego enfraqueceram o dólar diante das principais moedas e o índice DXY passou a cair 0,35%. O rendimento dos títulos de dez anos do Tesouro americano recuou 0,07 ponto percentual, para 3,46%, e as bolsas perderam força no mercado futuro, com o Dow Jones recuando 0,5%, o S&P500, 0,3% e o Nasdaq, 0,03%.