Segundo um levantamento realizado pela Provu, fintech especializada em meios de pagamento e crédito pessoal, empreender tem sido a justificativa para 50% das operações de crédito na Bahia
O movimento se repetiu no restante do Brasil, porém numa intensidade menor, passando de 28% para 40% dos pedidos.
Mas para que o crédito seja uma solução para problemas e não venha a criar novas dificuldades, é importante que o empreendedor analise muito bem a sua situação. Os cuidados passam por uma avaliação sobre a real necessidade de tomar recursos de terceiros, sobre o tipo de recursos – para investimento ou capital de giro – e até por uma avaliação criteriosa em relação às condições da oferta e onde se deve buscar os recursos.
Com operações que podem variar entre R$ 2,5 mil até R$ 50 mil, a Provu registra um volume médio entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por operação de crédito, o que indica que a solução é buscada principalmente por microempreendedores, analisa Marcelo Camargo Ramalho, CEO da Provu. Segundo ele, o percentual de uso do crédito já era alto e vem numa crescente desde o início do período pandêmico. “Os empréstimos para empreender, seja para um negócio existente ou para iniciar um novo está crescendo em participação”, diz.
“O principal motivo que nós temos ainda é o refinanciamento de dívidas, entretanto, os pedidos para empreender estão se consolidando de uma forma bastante consistente desde o início da pandemia”, aponta. Em alguns momentos mais agudos da crise provocada pelo coronavírus, a busca por recursos para melhorias em casa chegou a se destacar, entretanto os pedidos para empreender registram um crescimento consistente, aponta.
Para ele, o movimento tem relação com a busca por alternativas de renda, ou pela identificação de oportunidades. “Muitas vezes as pessoas percebem que há um espaço a ser ocupado, não necessariamente como a principal fonte de renda, mas como um complemento. É aí que o crédito acaba surgindo como alternativa. Nos dois casos, nos sentimos felizes em ajudar”, afirma.
Segundo ele, a análise da empresa é focada no perfil do tomador. A motivação para o uso dos recursos é importante, mas não costuma afetar na oferta que o cliente recebe. “A gente tem uma análise personalizada, fazemos uma avaliação de risco individual para cada cliente e em função disso, oferecemos um recurso que seja acessível para ele e dentro da capacidade financeira dele”, explica.
Marcelo Ramalho lembra que o cenário traz como um dos grandes desafios para quem toma o crédito a alta na Selic, a taxa básica de juros do Brasil, que acaba tornando as operações mais caras. “Nós vivemos um cenário complexo, de aumento de inadimplência, o que encarece o crédito, mas nossa empresa balanceia isto através de análises individuais de crédito”, explica. Um dos cuidados que a empresa tem em relação aos clientes é o de oferecer, além dos recursos financeiros, conteúdos relacionados à educação financeira, consumo e crédito responsável.