Segundo pesquisa do Sereasa, quase setenta milhões de brasileiros e brasileiras – um recorde – estão inadimplentes e devem começar o novo ano no vermelho.
O estudo resolveu entender os impactos emocionais que as dívidas causam nesta parcela da população, bem como a sensação de poder quitá-las, e para isso ouviu quase 3.300 consumidores em todo o país.
Dentre os que pagaram tudo ou reduziram o que deviam, 45% têm certeza de que vão conseguir realizar pelo menos parte dos sonhos nos próximos 12 meses. Para 25%, “organização” foi fundamental para atingir o objetivo. Para eles, “motivação” (31%) e “esperança” (30%) definem o que esperam para o próximo ano.
Livre de dívidas e com o nome limpo. É assim que a cabeleireira Beatriz de Oliveira Brito vai começar 2023. Para ela, a palavra deste ano foi “superação”. “Liberdade, conseguir dormir, conseguir ter paz, porque até então eu não tinha paz. A bola de neve estava aumentando, aumentando, muitas ligações, muita cobrança… É poder respirar e recomeçar”, contou Beatriz.
Por outro lado, em novembro, cerca de 69 milhões de pessoas ainda estavam inadimplentes no país e devem entrar 2023 no vermelho. Mesmo assim, elas ainda estão confiantes que vão conseguir quitar as dívidas, e garantem que, no ano que vem, vão ter mais organização financeira. “As pessoas que não conseguiram negociar as dívidas e limpar o nome agora também responderam que estão esperançosas em se organizar financeiramente para conseguir limpar o nome nesse ano que entra”, disse Aline Maciel, gerente do Serasa. “Então sim, as pessoas estão acreditando nesse novo ano. 2022 foi tão difícil para todo mundo – não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro –, que as pessoas tendem a encontrar um ano melhor a partir de 2023”.
O gari Carlos Lopes da Silva conseguiu quitar uma dívida de R$ 21 mil. Negociou e pagou à vista R$ 1.700 para ficar com o nome limpo. Ele ficou tão feliz que já sabe como vai começar 2023. “Com o pé direito e firme para não sujar o nome nunca mais, pagar dívida em dia e só vitória”, respondeu.