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FEDERAIS DA BAHIA ESTÃO COM DIFICULDADES FINANCEIRAS

Redação - 08/12/2022 08:20 - Atualizado 08/12/2022

As universidades federais da Bahia encerram 2022 sem dinheiro até para pagar por serviços básicos, como água e energia.

As instituições de ensino anunciaram, na terça-feira (6), o corte nos auxílios e benefícios da Assistência Estudantil e restrição no pagamento de serviços de limpeza, segurança, manutenção, obras e na aquisição de equipamentos e materiais. A falta de recursos se deve ao bloqueio feito pelo governo federal no início do mês.

A situação de penúria não afeta apenas as federais baianas, mas universidades de todo país. Ontem, o governo federal remanejou R$ 3,3 bilhões em recursos para sete ministérios. A pasta da Educação teve direito a R$ 300 milhões desse montante, mas até o fechamento da edição, às 23h, o MEC não respondeu quanto desse valor virá socorrer as universidades da Bahia.

Sem perspectivas de recebimento de verba ou do desbloqueio dos recursos, reitores das universidades e institutos federais dizem que o não pagamento dos serviços pode levar ao corte geral no fornecimento de eletricidade e água; além do cancelamento de contratos com fornecedores de serviços de limpeza, conservação e portaria, nos próximos meses.

A Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e Instituto Federal da Bahia (Ifba) informaram que estão com contas acumuladas desde novembro e impedidas de gerar novas despesas em dezembro. A Universidade Federal da Bahia (Ufba) apenas confirmou que não tem recursos para todas as despesas e o Instituto Federal Baiano (IF Baiano) não retornou às solicitações da reportagem sobre os impactos do bloqueio.

O temor é que em 2023, as instituições precisem pagar faturas do novo ano junto com as dívidas de 2022. Reitora da UFSB, Joana Guimarães explica que o bloqueio em dezembro prejudica a finalização das contas do ano. “Dezembro é mês que finaliza as contas, tudo que tem de pagamento. Diante dessa situação, não sei como vai ser. Nunca tivemos isso antes”, afirma. “As dívidas de 2022 vão se acumular e fornecedores vão deixar de oferecer serviços, um mês sem pagar dá para segurar [o contrato] mas dois ou três meses não vai dar. Terminar o ano nessa situação extremamente complicada é iniciar 2023 com déficit”, prevê.

Mais de R$ 10 milhões foram bloqueados em recursos de custeio das federais. Trata-se do dinheiro que banca as despesas básicas, como as bolsas e benefícios da assistência estudantil, contas de água e energia elétrica, a segurança, limpeza e manutenção predial. Só na Ufba, o valor do boqueio chegou a R$ 6,6 milhões, já o Ifba tem R$ 5 milhões bloqueados, na Ufob o bloqueio foi de R$ 4 milhões. Na sequência, aparecem UFRB, com cerca de R$ 2 milhões e UFSB, com pouca mais de R$ 1 milhão retido. 

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