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SINDIPETRO BAHIA QUESTIONA BENEFÍCIOS DA PRIVATIZAÇÃO DA RLAM E DEFENDE REESTATIZAÇÃO DA REFINARIA BAIANA

Redação - 30/11/2022 10:54 - Atualizado 30/11/2022

Após um ano da privatização da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) é possível afirmar que a Bahia e os consumidores baianos perderam, e muito.

Hoje o estado nordestino tem um dos combustíveis mais caros do Brasil e há desabastecimento de gás de cozinha no mercado. Mesmo com a redução do ICMS, a gasolina na Bahia é cerca de  R$ 0,50, por litro, mais cara do que nos demais estados.

Para o Sindipetro Bahia, a manutenção da RLAM como empresa privada vai prejudicar ainda mais a economia baiana. Por isso, a entidade sindical defende a reestatização da refinaria baiana no futuro governo Lula, assim como mais investimentos para modernizar o seu parque de refino, levando a 100% da sua capacidade de processamento. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou a pretensão de modificar a política de preços da Petrobras – o PPI (Preço de Paridade de Importação), que atrela os preços dos combustíveis no Brasil ao preço do barril de petróleo no mercado internacional e ao dólar – e que é responsável pela disparada dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha no país.   

Essa mudança, alerta o Sindipetro-BA, vai resultar na redução dos preços dos combustíveis no Brasil, exceto na Bahia. A Acelen, criada pelo grupo árabe Mubadala para administrar a RLAM, após privatização, ao contrário da Petrobras, não produz petróleo. A empresa, portanto, não tem margem para fazer nenhum tipo de mudança nos preços, exatamente porque não produz e precisa comprar no mercado internacional o que vende. “Se a Petrobras acabar com o PPI e reduzir os preços dos combustíveis no Brasil, como tudo indica que vai acontecer, como ficará a Bahia já que a Acelen não vai seguir o mesmo caminho da Petrobras? Se hoje a gasolina, o diesel e o gás de cozinha já estão mais caros do que no restante do país, essa diferença vai aumentar muito mais”, alerta o Sindipetro-BA.

Privatização só trouxe prejuízos

No dia 1º de dezembro completa um ano da privatização da RLAM, que teve seu nome mudado pela Acelen para Refinaria de Mataripe.  Para o sindicato é preciso fazer uma reflexão. Ter uma refinaria privatizada foi bom para os baianos e para o estado nordestino?  O Sindipetro acredita que se esta pergunta for feita a qualquer cidadão soteropolitano a resposta será não, não foi bom.

Para o Sindipetro, a privatização da RLAM não surtiu nenhum efeito positivo. Pelo contrário. Consumidores, grandes empresários que dependem do diesel, redes de postos de combustíveis e a economia baiana, estão sendo prejudicados. E mais: além do desabastecimento do gás de cozinha, não houve redução dos preços dos combustíveis porque não há competitividade, não há concorrência, o que desmonta um dos argumentos usados pelo governo Bolsonaro para justificar a venda da RLAM.  O que há hoje na Bahia é um monopólio privado de petróleo.

Diante da atual conjuntura, a entidade sindical alerta, mais uma vez, que se a refinaria baiana continuar nas mãos de uma empresa privada, “que já provou que não tem capacidade sequer para garantir o abastecimento de um produto tão essencial como o gás de cozinha, a economia da Bahia e os consumidores baianos vão amargar grandes prejuízos”.

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