As companhias aéreas incrementaram os voos para a Bahia mirando o Verão. Segundo a Gol, a oferta de assentos no estado, entre 15 de dezembro e 15 de janeiro. será 60% maior em relação a outubro.
São oito bases atendidas, das quais três — Teixeira de Freitas (TXF), Lençóis/Chapada Diamantina (LEC) e Paulo Afonso (PAV) — foram inauguradas há um mês, aproximadamente. A empresa informou também que haverá atendimento a 64 mercados. Entre as novas rotas abertas para a alta temporada, estão Buenos Aires – Salvador (AEP/SSA), Porto Seguro – Rio de Janeiro (BPS/GIG) e Brasília – Ilhéus (BSB/IOS). Ao todo, serão realizadas, por dia, 63 decolagens em terras baianas, o equivalente a 8% da malha da Gol.
A Azul informou que para o verão baiano irá ampliar a oferta de voos para Salvador, ligando a capital aos aeroportos de Confins/Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Foz do Iguaçu (PR), Montes Claros (MG), Ribeirão Preto (SP), Recife (PE), Santos Dumont/Rio de Janeiro (RJ) e São José do Rio Preto (SP). Já a Latam programou cerca de 400 voos extras na Bahia, de 1º de dezembro a 31 de janeiro. Os principais incrementos com relação à operação em outubro e novembro ampliam a conectividade de Porto Seguro com São Paulo/Guarulhos (89 voos extras) e São Paulo/Congonhas (65 voos extras). A companhia opera voos em Salvador, Ilhéus e Vitória da Conquista.
Cenários
A Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA) informou que o estudo sobre a estimativa de visitas ao estado durante o verão ainda está em andamento e que um evento será realizado pelo órgão nos próximos dias para falar sobre o assunto. Já a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult) apresentou dois cenários: um considerado ‘conservador’ e um que classificou como ‘otimista’.
“Temos a estimativa de 3,2 milhões de turistas, taxa média de ocupação hoteleira de 67,23% e receita turística de R$ 4,9 bilhões”, disse a titular da Secult, Andréa Mendonça, em referência ao período que vai de dezembro deste ano a março do ano que vem. “No cenário otimista, temos a estimativa de 3,4 milhões de turistas, taxa média de ocupação hoteleira de 70,43%, e receita turística de R$ 5,1 bilhões”.
A respeito da origem dos visitantes, o município espera que a maior parte dos desembarques domésticos venha, respectivamente, de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e Pernambuco. Entre as visitas internacionais, o principal ponto de partida é Portugal, seguido de Estados Unidos, Itália, Alemanha e França.
A estimativa da Secult está próxima da que foi feita pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Bahia (ABIH-BA). “A expectativa é que a gente tenha uma taxa de ocupação em torno de 70% nos próximos três meses, que foi, mais ou menos, o mesmo indicador que nós obtivemos no período pré-pandemia”, projeta o presidente da ABIH-BA, Luciano Lopes.
Para que isso seja possível, ele lembra o papel das companhias com o reforço da malha aérea. “Para você poder aumentar esse fluxo de turistas, é fundamental que nós tenhamos um volume de voos suficiente para atender a demanda”, destaca. “Como a Bahia está no imaginário de todos os brasileiros e do mundo, a gente vai ter uma excelente alta estação”, idealiza o presidente da Federação de Turismo e Hospitalidade do Estado (Fetur-BA), Sílvio Pessoa.
Para Pessoa, a alta estação já está começando. “Terá uma pequena queda agora, em dezembro, mas, logo depois, Réveillon, Show da Virada, Carnaval, tudo isso vai contribuir para um bom desempenho do turismo”, prevê ele, que espera um número de hospedagens similar ao período pré-pandemia, entre 75% e 80%.
Principais destinos
De acordo com Lopes, o estado está dividido em 13 zonas turísticas, que recebem buscas proporcionais à quantidade de hotéis que oferecem. “Entre Salvador e o litoral norte, assim como Porto Seguro, é uma das zonas mais procuradas. São as duas regiões da Bahia que têm a maior oferta de hotéis”, avalia ele, que ainda ressalta outros destinos como Morro de São Paulo (Cairu), Chapada Diamantina, Paulo Afonso, Ilhéus e Maraú.
O presidente da ABIH-BA atribui a preferência por esses lugares à ‘vocação’ para belezas naturais. “Todo o litoral da Bahia, do sul ao norte, tem uma demanda muito grande, pelas praias, a temperatura da água”, explica Lopes, sem esquecer do potencial que existe no interior do estado. “Você vai para Paulo Afonso, tem o Rio São Francisco, com passeios; Chapada Diamantina é um turismo mais de aventura”, exemplifica. “Essa heterogeneidade faz com que muita gente venha para a Bahia”.
Apesar do otimismo do setor de turismo, a alta das passagens aéreas causa dores de cabeça ao setor. “Salvador é uma das cidades [do país] que tiveram os maiores aumentos de passagens aéreas nos últimos 12 meses. Isso, no médio prazo, começa a se refletir [na hotelaria]“, afirma Luciano Lopes, da ABIH-BA. Para ele, a garantia de um bom verão para o setor hoteleiro está condicionada à oferta de preços mais acessíveis. “Nossa preocupação para o verão é que a gente tenha realmente preços mais competitivos para Salvador, para que o pacote aéreo não aumente tanto”.
A mesma linha de raciocínio é seguida pelo dirigente da Fetur-BA, que lembra que o problema deve ter impacto sobre todo o território nacional. “Infelizmente, o custo da passagem aérea neste verão é que pode ser o grande entrave para o turismo no país e aqui na Bahia”, diz Sílvio Pessoa. Diante do cenário, a primeira orientação dada pelo educador financeiro Raimundo Sousa é planejar a viagem. “O consumidor deve pesquisar com bastante antecedência os preços das passagens ou tentar conciliar a compra com programas de fidelização de cartões de crédito [programas de milhas], assim como buscar horários alternativos”, recomenda.
“Se possível, outra alternativa é programar a viagem para o período de baixa estação, quando a demanda é menor”, acrescenta o educador. Ainda de acordo com ele, buscadores de voos, como a 123milhas, o Skyscanner e o Kayak podem ser úteis na tentativa de economizar.