Está previsto para a próxima terça-feira na TV Bahia um debate entre os candidatos a governador.
No cenário atual, ACM Neto joga tudo num embate frente a frente com o candidato do PT. Já Jerônimo Rodrigues, que mantém a liderança de intenções de votos em todas as pesquisas, avalia as vantagens e desvantagens de seu comparecimento.
É uma decisão difícil. A princípio o senso comum diria que Jerônimo só tem a perder comparecendo ao debate, já que, líder nas pesquisas, iria se expor a um adversário cujo objetivo será desconstruí-lo. Essa argumentação tem seu peso, mas há contra ela uma série de argumentos que precisam ser avaliados. Em primeiro lugar, o não comparecimento seria, por si só, uma espécie de confissão de que na coordenação de campanha existem dúvidas de que Jerônimo possa enfrentar Neto num debate. O não comparecimento pode levar essa dúvida ao eleitor. Além disso, essa ideia é um equívoco, especialmente levando-se em conta o bom desempenho que Jerônimo teve no primeiro debate.
Descartando-se esse argumento e aceitando que, se bem preparado, Jerônimo poderia participar de qualquer debate, surge um outro aspecto que precisa ser avaliado. É que, tradicionalmente, os indecisos decidem seu voto na véspera da eleição e na Bahia, além deles, 11% dos eleitores, segundo o IPEC, indicam que ainda podem mudar de candidato até o dia da eleição. Ora, num cenário como esse o não comparecimento ao debate, deixando o palco unicamente para o adversário colocar suas posições e críticas, seria uma postura temerária. E isso levando em conta que o debate ocorre logo após a novela das nove, horário de maior audiência da televisão e num momento em que o grande público permanece à frente da TV pelo menos nos primeiros minutos. Ao que parece, deixar esses preciosos minutos para serem usados unicamente pelo adversário pode ser temerário.
Participar ou não do debate será uma dúvida shakespeariana da campanha do PT. Ir ou não ir ao debate, eis a questão! E nesse teatro o público é o eleitor e ele é soberano no seu julgamento.