Os números operacionais reportados pela construtora MRV (MRVE3), referentes ao terceiro trimestre deste ano, vieram abaixo do esperado, com destaque negativo para queima de caixa de R$ 1,2 bilhão no período.
Com o resultado, as ações da empresa caíram 8,85%, a R$ 9,58, nesta segunda-feira (17). Para analistas do BBA, não há motivo para alarme, pois não enxergam risco de liquidez para empresa. A MRV possui, possivelmente, ativos líquidos que poderiam ser monetizado, se necessário.
“Todas as unidades de negócios consumiram mais caixa do que nos trimestres anteriores, mas Resia apresentou R$ 969 milhões devido à falta de vendas de projetos no terceiro trimestre”, diz BBA, em relatório. Ainda assim, a BBA afirma que a falta de clareza sobre a geração de caixa nos próximos trimestres (principalmente nos EUA) pode afastar os investidores das ações por enquanto.
No geral, os números ficaram abaixo do projetado pelo Credit Suisse. No entanto, os analistas do banco enxergam os incrementos de preços na operação de baixa renda como uma conquista positiva. Apesar da forte queima de caixa, a empresa está no caminho certo para expandir as operações da Resia, o que enxergam como positivo em um horizonte de longo prazo.
Além disso, o time de análise destaca que ainda há um projeto em Miami que deve ser vendido no próximo trimestre e minimizar a queima de caixa estrutural que a subsidiária está demandando. Na visão do banco, o mercado “deve focar mais na queima de caixa do Brasil, que apesar de negativo, já era esperado e não sinaliza um sinal de alerta para as operações do core business”.
Assim, o banco afirma continuar construtivo com o caso de investimento da MRV, devido aos ventos favoráveis das melhorias no programa Casa Verde e Amarela e de um melhor cenário de custos de materiais. Já o Bradesco BBI espera que alguns dos “efeitos negativos observados no terceiro trimestre sejam temporários ou transitórios.