O último debate antes do primeiro turno das eleições acontece na noite de hoje (29), na TV Globo.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula não marcou compromissos ontem nem hoje pela manhã para manter o foco na preparação para o debate. Além de estudar as questões que deve ser obrigado a responder sobre temas como corrupção, o candidato, precisa poupar a voz, que costuma fica rouca em muitos momentos durante a campanha. Coordenadores da campanha avaliam que Lula não pode repetir o desempenho do debate da Band, em agosto.
A estratégia é que Lula tenha na ponta da língua argumentos para rechaçar as acusações como a que costuma ser repetida por Bolsonaro de que ele não teria sido absolvido na Lava-Jato.
Já aliados de Jair Bolsonaro (PL), candidato a reeleição, consideram o debate um momento delicado e, internamente, temem que o candidato à reeleição suba excessivamente o tom dos ataques ou os mire em jornalistas, o que pode custar caro a três dias da votação. Ele tem sido aconselhado a tentar apresentar uma faceta mais equilibrada, como tentou fazer durante o debate do SBT, no último domingo.
A ordem é que o presidente enfatize a apresentação de propostas e a defesa das ações de seu governo, mas não perca chances de colar em Lula o selo de corrupto. Bolsonaro tem conversado com ministros e repassado dados de sua administração.
Ciro Gomes (PDT) tem no debate uma de suas últimas oportunidades para tentar um sprint final. Reunido com o seu núcleo duro — o marqueteiro João Santana; o presidente do PDT, Carlos Lupi; a candidata à vice-presidente, Ana Paula Matos (PDT); a mulher, Giselle Bezerra; e o coordenador do programa do candidato, Nelson Marconi —, o pedetista vai dissecar as propostas à população de menor poder aquisitivo, com a implementação de uma renda uma mínima de R$ 1 mil e a exclusão dos brasileiros endividados das listas do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e do Serasa. Ciro também deve manter no programa o tom de ataques a Lula e a Bolsonaro.
Estreante nas disputas presidenciais, Simone Tebet (MDB) repetirá o rito adotado nos outros debates, nos quais a emedebista se saiu bem. Aliados avaliam que ela deve mirar, prioritariamente, nas pautas relacionadas à educação e à atenção à primeira infância.