O vereador Henrique Carballal (PDT), não poupou críticas à gestão municipal.
Tanto a atual, quanto a anterior, quando o assunto é o transporte público da capital. Segundo ele, o projeto do BRT, iniciado pelo ex-prefeito ACM Neto, e administrado atualmente pelo seu sucessor, Bruno Reis, podem levar à falência as empresas de transporte público, que já estão em processo financeiro difícil.
“É fato inconteste que o sistema por ônibus em Salvador está em processo de falência. Das três empresas, uma faliu e a as outras duas estão sendo obrigadas a ocupar as linhas da empresa que faliu. Isso por causa da gestão que Neto optou e que é seguida por Bruno Reis. O prefeito, ao invés de buscar uma ligação com o metrô e com o subúrbio, inventa um sistema de transporte ultrapassado [o BRT]”, observou o edil em entrevista ao A Tarde.
A situação econômica das empresas, aponta Carballal, não deve sustentar economicamente a sua operação com a implementação do BRT. “Corre o risco de Bruno Reis inaugurar a estação do BRT em um dia e no dia seguinte as empresas de ônibus que ainda restam falirem”, alerta.
O vereador destacou também o caráter “fora de época” da obra, já que o BRT é um sistema de mobilidade que já tem sido deixado de lado e superado em cidades mais desenvolvidas do mundo e em outras capitais brasileiras, em busca de modais mais eficientes e que tenham menos impacto no meio ambiente.
“Quando o BRT foi sinônimo de sucesso no Brasil foi quando foi inaugurado em Curitiba, mas isso foi na década de 1980. De lá para cá novos modais foram criados e que trazem mais economicidade e praticidade”, observou.
O vereador ainda usou da ironia para descrever o que seria a justificativa para o ex-prefeito ACM Neto e o atual, Bruno Reis, insistirem com o BRT, ao invés de investir na frota de ônibus soteropolitana e na forma de se relacionar com as empresas de transporte público.
“A idade média da frota de ônibus de Salvador é uma vergonha nacional, isso porque as empresas que ainda operam se sustentam na fé e na esperança. A gente ainda tem que assistir à obra faraônica do BRT, que de ‘faraônica’ não tem nada. O único faraó que se acha nessa história é ACM Neto, o ‘faraó da Graça’, e Bruno Reis, ‘o pivete do Calabar’”, ironizou.