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BAHIA: UMA ELEIÇÃO IMPREVISÍVEL

Redação - 19/09/2022 08:28 - Atualizado 19/09/2022

A eleição para governo da Bahia que há pouco mais de uma semana tinha ares de completamente definida, com a vitória do candidato do União Brasil, ACM Neto, no primeiro turno, tomou um rumo imprevisível.

E a razão disso é uma só: a impressionante popularidade do ex-presidente Lula na Bahia. As declarações de Lula na propaganda eleitoral  afirmando apoio ao candidato Jerônimo Rodrigues para o governo e a Otto Alencar para o Senado têm atraído um número cada vez maior de eleitores e os marqueteiros do PT têm minado a estratégia de ACM Neto de não apoiar qualquer candidato à presidência da República. Aqui vale lembrar que era de certo modo previsível uma redução da vantagem do candidato ACM Neto à medida que a campanha deslanchasse, mas a queda tem sido mais expressiva que o esperado e o crescimento de Jerônimo mais rápido do que se previa.

Vale destacar também que, de acordo com as últimas pesquisas, ACM Neto ainda ganha no primeiro turno, mas a tendência de crescimento do candidato Jerônimo Rodrigues é óbvia e a possibilidade de haver segundo turno na eleição da Bahia é cada vez mais real. Mas, apesar disso, o resultado é imprevisível e depende de uma série de fatores.

Para tentar ganhar no primeiro turno ACM Neto tem de atrair os eleitores de João Roma, mas fazê-lo de forma a não afugentar o eleitor de Lula. Por outro lado, há o desafio do número, pois o 13 do PT é muito forte e vem acompanhado do 13 Lula, o que significa que o candidato do União Brasil precisa divulgar seu número e ainda fazer com que o eleitor, especialmente do interior, saiba votar em Lula e nele ao mesmo tempo. Aqui ressalte-se que ACM Neto vai muito bem nas cidades grandes e médias, mas Jerônimo e o PT de Lula têm mais penetração nas cidades pequenas.

Para tentar chegar ao segundo turno, Jerônimo Rodrigues também tem desafios e o principal será tornar-se mais conhecido e, principalmente, convencer a população que é o candidato de Lula. Terá também de reduzir sua taxa de rejeição de 37%, a maior entre os candidatos, e que pode estar influenciada pelo desconhecimento do candidato.

Essa é uma análise puramente técnica, diferente de muitas das que vêm sendo feitas e que servem para apoiar ou este ou aquele candidato. Esta análise é técnica e conclui ser neste momento impossível prever qualquer tendência para a eleição para o governo da Bahia. A eleição de 2022 é imprevisível. (EP – 19/09/2022)

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