Salvador tem um cardápio variados de museus e esse tipo de equipamento vem sofrendo transformações ao longo do tempo para se tornar cada vez mais atrativo. Presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro explica que a relação com os museus vêm saindo de uma relação unicamente com o passado para a busca por conexões com o presente e também com o futuro – uma espécie de ponte entre o que vivemos e o que queremos viver.
Guerreiro explica que essa mudança na relação tem como objetivo atrair o público e dinamizar o equipamento para que seus acervos sejam escoados para cada vez mais pessoas. Atraindo, dessa maneira, baianos e turistas.
Cidade da Música da Bahia (Comércio)
Construído em 1850, o antigo Casarão dos Azulejos Azuis foi reformado e agora é um espaço dedicado à história da música baiana. Os quatro andares do prédio abrigam um estúdio de gravação, karaokê, café, biblioteca e uma lojinha com os souvenirs, além de um acervo audiovisual de mais de mil horas, com depoimentos de músicos e pesquisadores. O visitante vai conhecer a diversidade da música do estado, que já revelou artistas dos mais diversos gêneros: no samba, Batatinha e Riachão; no rock, Pitty e Raul Seixas; no axé, Ivete e Daniela; na música romântica, Pablo do Arrocha; no ijexá, o Filhos de Gandhy e na bossa, João Gilberto. O espaço tem curadoria e concepção do antropólogo Antônio Risério e do artista Gringo Cardia, que é também responsável pelo design e cenografia.
Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h). Agendamento no site.
Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Casa do Carnaval da Bahia (Pelourinho)
O museu da folia tem maquetes, roupas e instrumentos emprestados por artistas, fotos e documentos históricos e duas salas de projeção. Várias vídeos também fazem parte do acervo e cada visitante faz sua “viagem” pela casa de forma particular, com o uso de fones de ouvido. Além disso, o museu tem um livro com textos sobre a festa, organizados pelo pesquisador e atual reitor da Ufba, Paulo Miguez. Antes, o imóvel abrigava a antiga Casa do Frontispício, tendo sido restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para receber o museu, que teve um investimento de aproximadamente R$ 6 milhões da Prefeitura. Na visita, não deixe de ver a roupa que Carla Perez usou na capa de um dos álbuns do É o Tchan, de 1996.
Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
A Casa do Rio Vermelho (Rua Alagoinhas)
A casa onde o casal de escritores Jorge Amado e Zélia Gattai viveu foi transformada em museu em 2014, depois de passar 11 anos fechada. Ali, o visitante vai conhecer um pouco da intimidade dos dois intelectuais e poderá visitar ambientes como o quarto onde eles dormiam. O banco de Zélia e Jorge, onde eles namoravam no jardim, é com mosaico de azulejos, mantido em seu desenho original. Tem outro banco ao lado do jambeiro. Maria João, neta do casal, garante que os frutos são muito saborosos: não à toa, quando criança, ela os disputava com os micos. “Conheço aquela casa do chão ao teto. Subi em todas as árvores, aprendi a nadar naquela piscina e fui a muito almoço lá nas ‘domingueiras’, quando eles recebiam os amigos”. Ali, entre as árvores, estão as cinzas de cremação de Zélia e Jorge.
Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h).
Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Gratuito às quartas-feiras
Espaço Pierre Verger de Fotografia Baiana (Barra)
O espaço homenageia o fotógrafo e antropólogo francês Pierre Verger e a história da fotografia baiana, destacando mais de 100 fotógrafos que realizaram seu trabalho no estado. O ambiente apresenta fotos de diferentes épocas, lado a lado, para uma visão ampliada da história desta arte. Com projeções e telas interativas, é possível ver mais de três mil fotografias que retratam ruas e bairros de Salvador, rituais de cultos afrobrasileiros, cenas cotidianas e imagens de cidades do interior da Bahia. Há preciosidades como uma foto tirada por Verger de Mãe Senhora, uma das mais importantes ialorixás da história do Brasil, que comandou o terreiro Ilê Axé Opô Afonjá.
Funcionamento: Quarta a segunda, das 10h às 18h.
Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Ingresso dá direito a ver o Espaço Carybé. Gratuito às quartas
Espaço Carybé das Artes (Forte de São Diogo, Barra)
Este é um centro tecnológico de referência da vida e obra de Carybé, artista argentino que se apaixonou pela Bahia. Por meio de recursos de mídia e realidade virtual, as obras dele são apresentadas nas mais variadas técnicas e linguagens artísticas, como o gradil do MAM, os murais da Assembleia Legislativa da Bahia, Hotel da Bahia e TCA, os painéis em madeira no Museu Afro-Brasileiro, além de xilogravuras, telas, aquarelas. Através de totens e computadores, o acervo exibe mais de 500 das suas criações, permitindo um contato lúdico com elas. Num dos espaços, os personagens de Carybé ganham vida em 3D e são controlados pelo visitante.
Funcionamento: Quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h).
Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Ingresso dá direito a ver o Espaço Pierre Verger. Gratuito às quartas.
Bônus: Mãe comida Afetiva
Para dar boas-vindas à temporada, o rooftop prepara uma agenda especial, que vai agitar a programação cultural de Salvador durante os dias de setembro.
A estreia acontece nesta terça-feira (06), quando a véspera do feriado vai ser animada pela festa Nobreza. Trata-se de um grande encontro de tocadores de vinil da cidade, com a presença de DJs como Telefunk Soul, Pureza, Raiz e Leandro, a partir das 19h, com couvert a R$10. A atração volta a marcar a agenda do Mãe nos dias 13 e 20 de setembro.
Na sexta-feira (09), a orquestra de cumbia Sonora Amaralina reúne o clarinete de Daniela Natali, o trombone de Matias Traut, o trompete de Fernando Isaia, o baixo e guira de Felipe Guedes, as congas de Marcel Moron, a percussão de Mauricio Muñoz, o sax barítono de Celival, o sax tenor de Gleison Coelho e o piano de Bruno Aranha, em uma noite marcada pela sonoridade potente do ritmo colombiano.
Sábado (10) o baile O Pente assume a varanda do Mãe levando ao público o tema Brasilidades, em sets de nomes conhecidos das pick-ups em Salvador. Os Skanibais – primeira banda de Ska jamaicano da Bahia – celebra os dez anos com um show no dia 16 (sexta-feira) no Mãe. A orquestra contemporânea é inspirada em grandes bandas do estilo jamaicano.
Nos dias 22 (quinta-feira) e 24 (sábado), a primeira edição do Festival da Primavera marca a programação do rooftop. No primeiro dia, Gerônimo e a Banda Mont Serrat apresentam o projeto “Já Carnaval, Cidade”. No segundo dia, o bloco de Carnaval fora de época, Bloco da Praça, terá a primavera como tema e inspiração para as fantasias em sets inspirados nas músicas da festa no Brasil.
Encerrando a programação do mês, no dia 27 (terça-feira) o Samba Caruru celebra o dia de São Cosme e Damião ao som do Samba de São Braz e o encontro Nobreza.
Foto: Betto Jr./Arquivo CORREIO