O Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, que comprou a Refinaria de Mataripe, a maior empresa da Bahia, e no mês passado entrou no setor de educação, ao adquirir uma faculdade de Medicina e um centro universitário em Salvador e Eunápolis, respectivamente, agora vai entrar no mercado de alimentação, mais especificamente na área de fast-food no país.
Os árabes apresentaram nesta segunda-feira (1º) uma proposta para comprar uma fatia de 45,15% do Burger King no Brasil. Somando a participação de 4,95% que já detêm no negócio, caso o acordo seja fechado, o Mubadala assume o controle da rede. A oferta pelo Burger King foi feita por um de seus braços, o Mubadala Capital, que já investiu US$ 5 bilhões no Brasil.
Analistas afirmam que esses fundos muito grandes raramente se concentram em um setor, a exemplo do Mubadala, que tem muitos recursos, são diversificados geográfica e setorialmente e estão atentos ao timming de fazer a oferta. Isso abre perspectivas para grandes empresas e empresários baianos que estejam interessados em vender suas empresas ou buscar um sócio de grande envergadura.
Para especialistas, a pandemia e a queda no consumo motivado pela alta da inflação deixou as empresas brasileiras mais vulneráveis e até mais baratas. Para grupos estrangeiros, isso se torna um bom negócio.
Ulysses Reis, coordenador do MBA de Gestão de Varejo da FGV, explicou o movimento no jornal O Globo. “O tíquete-médio do fast-food no Brasil subiu 13% no ano passado e a previsão é que o faturamento cresça 28% neste, sem falar que o país é o quinto maior em consumo do segmento. Outro fator forte é que as pessoas passaram muito tempo em casa e o fast-food agora se torna uma opção de lazer”. Com informações de O Globo.