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ESTUDO MAPEIA INCIDÊNCIA DE MALÁRIA EM GESTANTES NO BRASIL

Redação - 21/07/2022 09:57

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) mapeou a incidência de malária em gestantes no Brasil. O trabalho é inédito pela abrangência do estudo, já que foram analisados dados do período de 2004 a 2018, envolvendo mais de 60 mil mulheres, com informações do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Malária (Sivep-Malária), do Ministério da Saúde.

Entre os resultados encontrados, foi observado que a doença ocorre mais em grávidas de municípios dos estados do Amazonas, do Acre, de Rondônia e do Pará.

“São os hotspots para a doença, aquelas regiões que são mais críticas, onde a frequência da doença acontece com mais evidência. O estudo indica onde seriam necessárias maiores intervenções do sistema de saúde, de  políticas públicas”, afirmou Cláudio Romero Farias Marinho, professor do Laboratório de Imunoparasitologia Experimental do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), que coordenou o trabalho. A pesquisa foi apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicada na revista Lancet Regional Health – Americas.

O grupo já estuda a malária gestacional há 10 anos. “As gestantes, assim como as crianças com idade até cinco anos, são os principais grupos de risco para desenvolver uma doença severa, a malária severa. A maior mortalidade do mundo se aplica a esses dois grupos”, seguiu.

A doença é causada por protozoários do gênero Plasmodium e transmitida pelo mosquito Anopheles. As gestantes infectadas correm mais risco de ter anemia grave, parto prematuro, aborto e natimortalidade. Além disso, o feto também pode ser afetado, apresentando caso microcefalia ou ter o crescimento prejudicado.

Uma redução para aproximadamente metade dos casos ocorreu no período analisado, segundo os pesquisadores. “Com todos os problemas que temos, o Brasil tem um programa muito sério de controle da malária. A doença tem que ser notificada e esse sistema é alimentado quase que diariamente. É um sistema de vigilância bastante eficiente”, avaliou. O tratamento ser gratuito também foi considerado “super importante, porque isso evita resistência à droga, nós nos certificamos que realmente a pessoa foi tratada de forma adequada.”

 

Tratamento

A pesquisa revelou também que o tratamento das pacientes pode estar sendo feito de forma inadequada, com a prescrição de um medicamento contraindicado, a primaquina. Segundo Marinho, no entanto, como se trata de uma base de dados, é preciso confirmar essa informação. “Esse é um importante ponto de alerta, mas cabe às autoridades olhar isso e verificar, ter um maior controle, verificar a veracidade dessa informação”, ponderou.

A pesquisa foi conduzida pela pós-doutoranda do ICB-USP Jamille Dombrowski, em parceria com pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) e com monitoramento de Marinho. A partir da análise epidemiológica, oo grupo deve focar agora no diagnóstico precoce de uma complicação da malária placentária. Nesses casos, o parasita pode estar na placenta e a gestante sem apresentar sintomas.

 

Fonte: Agência Brasil*

Foto: Arquivo/MDS

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