O governo da Bahia pode entrar na justiça contra a renovação antecipada da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), operada pela VLI. O problema é que o governo federal quer prorrogar o contrato de concessão da ferrovia que passa por vários estados e liga o Nordeste ao Sudeste, que só venceria em 2026, por mais 30 anos. Em troca, o grupo deverá fazer R$ 13,8 bilhões de investimentos em vários estados e pagar mais R$ 3,3 bilhões de outorga. O problema é que a FCA, após mais de 20 anos sem investir nada na Bahia, quer destinar recursos apenas para novas locomotivas e uma oficina de manutenção, sem fazer qualquer reparos nas ferrovia propriamente dita. O governo do Estado rechaçou essa proposta e diz que pode judicializar a questão.
O superintendente de Planejamento da secretaria de Infraestrutura, Mateus Dias, disse, em reportagem do jornal Valor Econômico que o governo reivindica duas obras: a construção de uma nova ponte entre São Felix e Cachoeira e outra entre Camaçari e Aratu.
A Ferrovia Centro Atlântica abandonou a malha ferroviária da Bahia. O corredor Minas-Bahia funciona precariamente e os demais corredores, como o que liga Juazeiro a Aratu, foi simplesmente desativado.
Além disso, o governo pede que a VLI faça obras de recuperação da malha. O plano ferroviário prevê melhorias de R$ 650 milhões até 2025. Até 2030, o valor chegaria a R$ 2,8 bilhões. “Fomos o estado mais prejudicado pela FCA nos últimos anos. A malha na Bahia foi abandonada”, diz o superintendente.
O Ministério dos Transportes quer que parte dos recursos da concessão seja destinados a outras obras, como a dos trechos 2 e 3 da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), mas para a Bahia isso seria vestir um santo e deixar o outro nu.
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