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UNIÃO EUROPEIA DECLARA APOIO A CANDIDATURA DE ADESÃO DA UCRÂNIA

Redação - 18/06/2022 09:00 - Atualizado 18/06/2022

A União Europeia deu apoio à Ucrânia para se tornar um membro oficial a se juntar ao bloco, juntamente com sua vizinha Moldávia, uma mudança histórica para o leste da Europa provocada pela invasão russa da Ucrânia. As informações são da Reuters. A Ucrânia pediu a adesão à UE quatro dias após o início da guerra entra a Rússia. Quatro dias depois, o mesmo aconteceu com a Moldávia e a Geórgia – dois outros Estados ex-soviéticos que lutam contra regiões separatistas ocupadas por tropas russas.

“A Ucrânia demonstrou claramente a aspiração do país e a determinação do país de viver de acordo com os valores e padrões europeus”, afirmou a chefe da Comissão Executiva da UE, Ursula von der Leyen, em Bruxelas.  O presidente do país, Voloymyr Zelenskiy, agradeceu a von der Leyen e aos Estados-membros da UE no seu Twitter oficial e disse ser “o primeiro passo no caminho da adesão à UE que certamente deixará nossa vitória mais perto”.

Espera-se que os líderes dos países da UE endossem a decisão em uma cúpula na próxima semana. Os líderes dos três maiores — Alemanha, França e Itália — sinalizaram sua solidariedade na quinta-feira visitando Kiev, juntamente com o presidente da Romênia. “A Ucrânia pertence à família europeia”, afirmou o alemão Olaf Scholz após se encontrar com Zelenskiy.

Segundo a Reuters, a UE recomendou o status de candidata para Ucrânia e Moldávia, no entanto adiou para a Geórgia, dizendo que o país precisa atender a mais condições. Von der Leyen disse que a Geórgia tem uma forte candidatura, mas precisa se unir politicamente. Um diplomata sênior próximo ao processo citou retrocessos nas reformas lá.

Ucrânia e Moldávia ainda precisam passar por um longo processo para chegar aos padrões exigidos para adesão, e há outros candidatos na espera. A adesão também não é garantida –as negociações estão paralisadas há anos com a Turquia, oficialmente candidata desde 1999. No entanto, apenas lançar o processo de candidatura, movimento que teria parecido impensável há apenas alguns meses, já é uma mudança como a decisão dos anos 1990 de acolher os países ex-comunistas do Leste Europeu. “Precisamente por causa da bravura dos ucranianos, a Europa pode criar uma nova história de liberdade e, finalmente, remover a zona cinzenta na Europa Oriental entre a UE e a Rússia”, declarou Zelenskiy em seu discurso noturno em vídeo.

Caso seja aceita, a Ucrânia seria o maior país da UE em área e o quinto mais populoso. Todos os três candidatos são muito mais pobres do que qualquer membro da UE existente, com produção per capita em torno da metade do mais pobre, a Bulgária. Todos têm histórias recentes de política volátil, agitação doméstica, crime organizado arraigado e conflitos não resolvidos com separatistas apoiados pela Rússia que proclamam soberania sobre o território protegido pelas tropas de Moscou. O general Walter Braga Netto admite que a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é uma opção melhor para compor a chapa e pode agregar mais do que ele à campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com a estagnação de Bolsonaro nas pesquisas, Tereza Cristina voltou a ser cotada nos últimos dias para a posição de vice. Para os defensores da ideia, ela poderia ajudar a reverter a rejeição a Bolsonaro entre as mulheres. A ex-ministra é filiada ao Progressistas, antigo PP, partido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O assunto foi discutido em um jantar ocorrido dias atrás, em Brasília, com a participação de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, ao qual o general também está filiado.

Segundo participantes do encontro, o general tem dito que não faz questão de compor a chapa. O que importa para ele, de acordo com esses relatos, é ajudar Bolsonaro a ganhar a eleição. Além de ser mulher e poder ajudar a conter a rejeição ao presidente junto ao público feminino, eles realçaram o bom trânsito da ex-ministra no meio político e sua ligação estreita com o agronegócio, o que poderia, inclusive, facilitar a arrecadação de doações de empresários do setor para a campanha – algo que, para Valdemar, tem um valor mais do que especial.

Foto: Divulgação/Pixabay

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