A TVE Bahia vai exibir, neste domingo (10), às 18h30, uma entrevista exclusiva com o ex-presidente da Petrobras, o baiano José Sérgio Gabrielli. Ao jornalista Bob Fernandes ele disse que a solução encontrada para responder a manifestação dos caminhoneiros não resolve. “Essa solução que o governo encontrou de manter a política de ajustes da Petrobras, compensar a companhia com variações, com redução de impostos e ao mesmo tempo garantindo que os preços ficarão relativamente estáveis por 60 dias é uma bomba de efeito retardado, porque se os preços subirem, os R$ 13 bilhões alocados vão subir muito mais, o que torna inviável e insustentável em termos das contas do governo. É uma política suicida do ponto de vista do futuro”, afirma.
O contexto político-econômico brasileiro, a crise na Petrobras e o futuro do país, são alguns dos temas debatidos na entrevista. O TVE Entrevista Especial será exibido também no Facebook, Youtube e Portal da emissora.
Durante cerca de uma hora, Gabrielli falou, entre outros assuntos, da origem do problema que levou às recentes manifestações dos caminhoneiros e que pararam o país por quase duas semanas. Para ele, a economia estagnada há 3 anos e a política de ajuste diários nos preços do diesel, elemento fundamental no custo do transporte, foram os principais motivos que levaram a manifestação. “A economia brasileira declinou há 2 anos atrás e o último ano é basicamente a manutenção da atividade econômica”, opina. Durante o seu mandato na direção da Petrobras, a empresa anunciou a descoberta do pré-sal, chegando em 2010 a ser a maior petroleira do mundo em valor de mercado.
Ao analisar a desestabilização do Brasil nos últimos tempos, o economista, afirma ser consequência dos conflitos derivados da descoberta de uma das maiores reservas de petróleo no mundo. Para ele retirar a Petrobras do centro do pré-sal foi uma decisão equivocada do governo. “O governo brasileiro acelerou os leilões para vender áreas novas do pré-sal e entrou em uma campanha violenta de potencializar denúncias de comportamentos inadequados de minoritários profissionais da Petrobras e dos setores privados. Isso desmontou a engenharia brasileira, o que inviabiliza no médio prazo a recuperação de um modelo que permita crescer emprego e renda no Brasil”, explica.
A entrevista completa será reapresentada na próxima terça-feira (12), às 21h15.