Um pouco antes da pandemia, a designer de moda Misna Magalhães precisava ajudar sua mãe, Misana Cerqueira, a encontrar nova ocupação, já que ela estava enfrentando muita dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho e encontrar um novo emprego. Foi aí que a marca de bolsas artesanais Olivia Conceito nasceu no sofá de casa com a produção da primeira bolsa. “Eu quis dar um destino à minha mãe. Ela que tanto abdicou da sua vida em prol da família, merecia um futuro melhor. Foi aí que pedi a Deus uma luz e com apenas R$17 nasceu a nossa empresa. Juntas, pesquisamos no Youtube, unimos nossas ideias e fizemos a primeira Olivia no sofá de casa. Eu costurava o que precisava com a máquina de costura e ela com as mãos. Após criarmos a coleção, eu saía para vender nas lojas ou online”, conta a designer de moda Misna Magalhães.
De lá para cá, após cinco anos de operação, a marca de bolsas de Feira de Santana Olivia já produz 600 unidades por mês. A meta é dobrar a produção no segundo semestre do ano. “Após o lockdown, crescemos quatro vezes mais. Agora, temos nosso próprio ateliê e usamos laser para cortar os materiais mais consistentes. Temos também outros dois funcionários fixos e uma equipe de 18 terceirizados. Toda a produção é feita externamente, sendo na fábrica apenas a criação, corte e acabamento”.
A marca se prepara agora para conquistar o exterior. Atualmente ela está presente em cinco estados, com um total de mais de 110 lojistas ativos. No mês passado, a Olivia Conceito contou com o suporte do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e participou do Encontro de Negócios Internacionais de Moda Minas Trend, em Belo Horizonte (MG). No evento, foi possível conversar e apresentar os produtos a compradores de Alemanha, Argentina, Bolívia, Equador, Israel, Itália, Paraguai, Reino Unido e Venezuela.
“Começamos a preparar todo material necessário tanto na parte de marketing internacional, quanto nas outras atividades práticas da empresa. Acreditamos que o próximo passo é continuar participando de feiras e eventos de negócios para mostrar as ‘Olivias’ para o máximo de pessoas e vamos levar adiante”, reforça o também sócio e coordenador das lojas na Bahia, em Alagoas, no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul, Danilo Magalhães.
E o suporte à internacionalização das pequenas indústrias é só uma das ações que estão sendo desenvolvidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-BA) junto com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), a fim de promover o fortalecimento de micro e pequenas indústrias no estado. A parceria assinada entre as entidades no último mês contempla ainda incentivos que fomentem a sustentabilidade das empresas, acesso a crédito e apoio ao setor gráfico.
“A indústria baiana, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é formada por cerca de 98% de empresas de micro, pequeno e médio porte. São os principais vetores para um desenvolvimento sustentável e de longo prazo para qualquer região. Para o Senai Cimatec, estimular o empreendedorismo ou apoiar as empresas já maduras de pequeno porte são pilares estratégicos para concretizarmos nossa missão de apoio à competitividade industrial do estado”, pontua o gerente executivo de Micro, Pequenas, Médias Empresas e Empreendedorismo do SENAI CIMATEC, Flavio Marinho.
A expectativa é atender até 600 empresas em um ano, em mais de 90 municípios, como comenta o superintendente do Sebrae-BA, Jorge Khoury: “Recentemente, ampliamos um convênio com a Fieb para levar mais ações de capacitação e orientação para as pequenas indústrias da Bahia. Vale destacar que esse convênio é uma expansão do projeto anterior desenvolvido pela mesma parceria em 2021, cujo objetivo era interiorizar o acesso ao crédito. Por meio da parceria, foram liberados R$ 11,9 milhões em créditos a pequenas indústrias”.
Na área de crédito, o foco está na ampliação da interiorização dos serviços do Núcleo de Acesso a Crédito (NAC), que passa a ter sede em 10 municípios: Alagoinhas, Barreiras, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Juazeiro, Salvador, Santo Antônio de Jesus, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista. O atendimento abrange também o entorno dos municípios-sede do projeto.
Já na parte de internacionalização, o objetivo é divulgar e disponibilizar serviços para o processo inicial de micro e pequenas empresas que desejam acessar o mercado de fora do país e exportar os seus produtos. Para estimular o setor gráfico, está prevista a realização de estudo para propor ações a empresas nessas áreas, identificando desafios e oportunidades, entraves burocráticos e estimulando também a modernização desses negócios.
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