A predominância da ômicron como variante dominante em todo o mundo faz com que seja cada vez mais comum que as pessoas tenham Covid-19 duas ou mais vezes dentro do período de um ano. É o que indica um estudo conduzido por especialistas na África do Sul em artigo publicado na revista científica “Science”.
Os cientistas analisaram quase 3 milhões de testes positivos de laboratório registrados até janeiro deste ano. Com as variantes anteriores, casos de reinfecção eram pouco comuns, mas a partida de outubro do ano passado, a pesquisa localizou indivíduos que tiveram até três casos de reinfecção.
No recente estudo africano, as reinfecções foram verificadas em intervalos menores: 90 dias (três meses).
“A culpada foi a variante ômicron, que surgiu rapidamente, com múltiplas mutações na proteína spike. A principal vantagem dessa variante é sua capacidade de evitar a imunidade adquirida naturalmente (por infecção anterior)”, apontam os pesquisadores.
No entanto, apesar do aumento dos casos de reinfecção, a tendência é de que não tenhamos uma onda de mortes e hospitalizações como as vistas nos últimos dois anos por conta do alto número de pessoas com ao menos duas doses da vacina, parte com três e idosos até mesmo com quatro doses. As vacinas que temos hoje protegem contra casos graves da Covid, mas não contra a infecção.
Foto: Rodrigo Santos | SESAM