Apenas no primeiro mês de atividade, a Operação Chuva 2022 já resultou em 1.565 vistorias realizadas em imóveis e áreas de risco. Foram registrados 394,4 mm de acumulados de chuvas, 39,4% acima da média histórica, que é de 284,9mm, contabilizada pela estação pluviométrica de referência, em Ondina. O balanço parcial foi divulgado pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) nesta segunda-feira (2).
De acordo com o órgão, foi o segundo mês de abril mais chuvoso dos últimos oito anos, sendo superado apenas por abril de 2020, quando foram registrados 545,5 mm. Entre as vistorias realizadas, as ocorrências mais frequentes foram ameaça de deslizamento (408); ameaça de desabamento (289); deslizamento de terra (228); orientação técnica (181) e árvore ameaçando cair (91).
Os bairros da capital baiana com os maiores acumulados de chuvas foram Mirante de Periperi (456,4 mm); Periperi (419,2 mm); Itacaranha (408,4 mm); Fazenda Coutos (402,8 mm); Centro (402,5 mm); Capelinha – Vila Picasso (402mm); Pirajá (400,8 mm; Bom Juá (398,4 mm); Ondina (397,2 mm) e Engenho Velho de Brotas (394,4 mm).
Sirenes – Em função das fortes chuvas iniciadas no dia 16 de abril, foram acionadas as sirenes nas comunidades Voluntários da Pátria (Lobato), Vila Picasso (Capelinha), Bom Juá, Baixa do Cacau (São Caetano), Mamede (Alto da Terezinha), Calabetão e Bosque Real (Sete de Abril). Em Moscou (Castelo Branco), a sirene chegou a ser acionada em dois dias: 18 e 20 de abril.
As sirenes são acionadas após o volume de chuvas ultrapassar 150 mm, em 72 horas de chuvas intensas. Após o acionamento, os moradores são instados a saírem de suas casas e se dirigirem para um centro de acolhimento, localizado em escolas municipais.
Acolhimento – Ao longo do período, 307 pessoas foram evacuadas das próprias casas e conduzidas a abrigos instalados em escolas municipais, no entorno das regiões atingidas. As Gerências Regionais de Educação (GREs), a Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre) e os gestores das Prefeituras-bairro colaboraram no abrigamento.
Passado o risco apresentado pelas chuvas e após vistorias realizadas pela Codesal nas áreas evacuadas, as famílias, que não puderam voltar em segurança para suas casas e não possuíam local seguro, foram encaminhadas para o Abrigo de Acolhimento Provisório da Sempre.
Prevenção – Ao longo do ano, a Defesa Civil de Salvador realiza ações preventivas nas áreas de risco da capital baiana. As vistorias são realizadas diariamente, a partir de demandas dos moradores ou de solicitações feitas, através dos órgãos parceiros da Operação Chuva.
“O principal objetivo da Defesa Civil é preservar vidas. Fazemos sistematicamente esse acompanhamento e, se alguém perceber mudanças no cenário, como escorregamentos de terra, rachaduras em paredes, postes inclinados, entre outras, deve entrar em contato imediatamente”, orienta o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo.
A sintonia com os órgãos do Sistema Municipal de Prevenção e Defesa Civil permitiu apresentar resposta imediata às principais demandas e garantir a segurança da população. “As vistorias são realizadas a partir da avaliação de risco geológico ou construtivo, para prevenir, proteger e preservar o bem-estar dos cidadãos”, informa o coordenador de Ações de Contingência da Codesal, Francisco Costa Júnior.
O processo se inicia por meio de solicitação pelo telefone gratuito 199, que funciona 24h. Em seguida, o técnico faz a visita ao imóvel sob risco e a análise estrutural. A regra também se aplica aos casarões históricos da cidade. No processo de vistoria, são verificadas as condições da construção e o risco de desabamento no local.
No período, a Codesal, em parceria com a Limpurb, aplicou preventivamente 25.972m² de lona plástica em 134 áreas para impermeabilização de terrenos de encostas. Têm sido realizadas, ainda, atividades preventivas e educativas em áreas de risco, com a instalação do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs) e a realização de simulados de evacuação em comunidades de Salvador.