Enquanto o Brasil mantém uma tendência de queda nos óbitos e casos por Covid-19, a situação em países que vivem uma nova onda da Ômicron acende um alerta. O Reino Unido, por exemplo, passa por um aumento dos diagnósticos desde o fim de fevereiro, ainda que as mortes permaneçam em patamares baixos. Já em Hong Kong e na Coreia do Sul, os óbitos chegaram aos níveis mais elevados de toda a pandemia. Especialistas ouvidos pelo GLOBO explicam quais os riscos de uma situação semelhante chegar ao Brasil e como o país pode se preparar para evitar esse cenário.
O consenso é que, embora a cobertura vacinal esteja elevada em relação às duas doses, a principal estratégia é avançar na terceira e ampliar o debate sobre a oferta de uma quarta dose, autorizada hoje no Brasil apenas para pessoas imunossuprimidas no período de quatro meses após a última aplicação.
— Está faltando uma adesão maior à terceira dose da vacina e no público infantil. E hoje não temos dúvidas de que é indicada uma quarta dose para pessoas idosas, imunossuprimidas e que têm um risco maior de evolução grave no geral — destaca o infectologista Gerson Salvador, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
Alucinação durante relação sexual: Entenda o caso de mulher que viu Deus e o seu próprio marido ao olhar para homem em situação de rua. A mesma orientação é apontada pelo infectologista e pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, que ressalta a queda da efetividade observada cerca de seis meses após a terceira dose, especialmente em grupos mais vulneráveis.
— Se você tem uma vacinação antiga, é possível que você tenha uma perda parcial de proteção ao longo do tempo e precise de mais um reforço. Muito provavelmente essa dose extra não será necessária para a população geral, mas hoje sabemos que é importante para pessoas que já não respondem adequadamente às vacinas, como idosos e imunossuprimidos — afirma o especialista.
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