Por: João Paulo Almeida
As perspectivas econômicas para 2022 no cenário nacional não são das melhores. Durante a apresentação do contexto econômico para 2022, na Federação do Comércio do Estado da Bahia – FECOMÉRCIO-BA, o economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Antonio Everton e o consultor da Fecomércio-Ba Guilherme Dietze apontaram que a economia brasileira vai sofrer com a alta da inflação, o aumento do desemprego, e sem progresso do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, um cenário de estagflação.
“Os indicares apontam que a economia do país ainda não conseguiu se recuperar do período que sofreu com a pandemia. Esses números de alta do PIB de 0,3% apontado pelo banco central mostram que as quedas que ocorreram em 2015, 2016 e 2020 são maiores que as recuperações de 2017, 2018 e 2019, ou seja, mais uma década perdida na economia do Brasil”, explicou Antonio Everton
O economista da CNC também pontua que os setores considerados mola da economia como o de serviços, construção civil e indústria apresentam números promissores para 2022, porém ainda vão sofrer com o cenário econômico o que vai inviabilizar uma recuperação equivalente as quedas sofridas nos últimos anos somadas as quedas da pandemia.
“ A tendência é que o ano seja de alta na inflação, com uma diminuição do poder de compra, aliada a um aumento dos endividados e uma redução e encarecimento do credito. Nesse contexto, se confirmado, a expectativa é que tenhamos um ano de 2022 ainda muito difícil para a economia e para os seus setores”, disse.
O consultor da Fecomércio-Ba Guilherme Dietze, explicou que na Bahia o cenário não será muito diferente do cenário econômico nacional. Segundo Guilherme em 2021 o cenário para o setor de varejo foi assimétrico, mesmo havendo uma maior injeção de dinheiro na economia. O cenário assimétrico é baseado quando existe uma expectativa de alta e no final das contas ocorre um movimento diferente ou menor do que aquele esperado. Foi o que aconteceu no varejo da Bahia em 2021.
“No início de 2021 existia uma expectativa de 9% de alta no ano. Veio o último bimestre com uma queda de 7,8% e o ano acabou fechando em 7% de alta. Mesmo com a injeção do 13° salário o consumidor não conseguiu ir as compras pois o número de famílias endividadas estava muito alto então esses recursos foram utilizados no pagamento de dívidas. o que fez com que umas das melhores épocas do ano fechasse em queda em relação a 2020”, explicou.
Foto: João Paulo Almeida