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HOMENAGEM A LETIERES LEITE MARCA ENCERRAMENTO DA VIRADA SUSTENTÁVEL SALVADOR

Redação - 20/12/2021 09:44

Uma apresentação da Orquestra Rumpilezzinho na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA) marcou o encerramento da edição de 2021 do Festival Virada Sustentável Salvador, neste domingo (19). O espetáculo foi uma homenagem ao compositor e maestro da orquestra, Letieres Leite, ícone da música afro-brasileira que morreu em outubro deste ano. Cinco músicos representaram o grupo. São eles: Lucas Decliê, Lucas Teles, Jordi Amorim, Felipe Pires e Drica Lago.

Carregada de muita emoção, esta foi a primeira apresentação da Orquestra após a morte de Letieres. Enquanto músicas como “Honra ao Rei” e “Mestre Moa” eram tocadas, imagens do compositor e maestro eram exibidas no telão. “O maestro gostava (ou gosta) de movimentos inclusivos e deixou para nós o ensinamento de sermos músicos ligados com a arte como um todo, porque a arte tem sua dimensão social, da beleza e da inclusão”, disse Jordi Amorim durante a apresentação.

“Estamos aqui de máscara, em quantidade reduzida para lembrar que a pandemia ainda não acabou. Estamos fazendo hoje uma homenagem à uma pessoa que essa doença terrível tirou da gente, então precisamos ter responsabilidade uns com os outros, assim como ele tinha responsabilidade com a arte e com as pessoas através da arte”, acrescentou o músico.

O Festival Virada Sustentável Salvador teve início no dia 15 e contou com programação gratuita. Para entrar, o público precisou apresentar comprovante de vacinação contra a covid-19. O final de semana foi recheado de diversas atrações na cidade proporcionadas pelo festival. Durante a tarde, o público pode conferir a programação infantil e o BaZá Rozê no Palacete das Artes. Já as noites foram movimentadas por apresentações musicais no TCA.

“A ideia da Virada é ter a cultura como ferramenta de comunicação e amplificação da importância da sustentabilidade no nosso dia a dia. A edição deste ano foi linda, mas ainda não do jeito ideal. Esperamos que no próximo ano o festival possa ocupar as ruas como foi originalmente pensado. Nesta edição, tivemos um formato híbrido, a forma de fazer cultura mudou depois da pandemia”, colocou Fernanda Bezerra, realizadora do evento.

A Virada Sustentável acontece há 15 anos. O evento nasceu em São Paulo, mas vem sendo realizado em outras cidades, como Salvador (já há seis anos), e se consolidando como o maior festival ligado à sustentabilidade da América Latina. O evento foi interrompido em 2020 por conta da pandemia e retornou agora em 2021. O festival conta com o apoio da Ball e patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura.

O BaZá Rozê participou pela primeira vez da Virada Sustentável Salvador, reforçando o incentivo ao consumo consciente que é marca do projeto. Para o evento, o bazar contou com expositores de segmentos diversos com opções de obras de arte decorativas e utilitárias para o lar, moda, joias, bijouterias para a chegada do verão, opções de presentes para as festas do fim do ano, peças que atendem a variados gostos, idades e gêneros.

Carlos Áttila, de 38 anos, foi um dos expositores. Ele é proprietário da marca de roupas Agô, que nasceu em 2017 em feiras e lojas colaborativas. “Esse momento é marcante porque a pandemia deu uma trégua e agora podemos voltar aos nossos locais de origem, que são as feiras”, comemorou Áttila. “Nossa marca é baseada na cultura afro-brasileira e a gente preza pela valorização dos aspectos culturais num país como o Brasil que não se enxerga no espelho. E isso tudo evitando plástico, buscando o processo mais limpo possível, seguindo a economia criativa”, completou.

O Palacete das Artes também abrigou a programação infantil da Virada Sustentável, que teve contação de história e apresentações. Neste domingo, subiram no palco o grupo Nariz de Cogumelo, seguido da Orquestra Sinfônica da Bahia (Camerata) e do Balé do Teatro Castro Alves.

Lúcia Veloso, de 72 anos, foi ao festival com a tia (Terezinha) e a amiga (Arlinda) para a apresentação do Nariz de Cogumelo. “Viemos prestigiar o evento porque é uma iniciativa fantástica. E o Palacete das Artes casa perfeitamente com a Virada, é um dos berços da cultura baiana. Viemos ver as apresentações e olhar os produtos que estão à venda. Eu já aproveitei e comprei uma bolsa linda”, disse.

Eunice Ribeiro, de 51 anos, foi ao Palacete das Artes acompanhada da esposa, Dândara Bonfim, de 21 anos, e fez questão de levar a filha Maria Júlia, de 10 anos, para ter contato com a sustentabilidade e a cultura. Elas foram assistir à apresentação da Camerata. “A ideia da sustentabilidade é algo que me atrai particularmente. É por isso que estamos aqui. A nossa relação com o planeta está muito problemática e isso precisa mudar. O jeito que a gente tem vivido não está certo. E juntar sustentabilidade e cultura é perfeito porque a cultura desenvolve consciência”, destacou Eunice.

Foto: Paula Fróes- Correio

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