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FEIRÃO DA SERASA RENEGOCIA DÍVIDAS COM DESCONTO DE ATÉ 99%

Redação - 24/11/2021 12:30 - Atualizado 24/11/2021

Mais de quatro milhões de baianos estão na lista dos serviços de proteção ao crédito, o popular ‘com o nome sujo’, por não terem conseguido honrar suas dívidas. De acordo com dados da Serasa, são mais de R$ 11,7 milhões em débitos acumulados nos últimos anos na Bahia. Cada baiano deve, em média, quase R$ 3 mil. Para ajudar esse contingente a sair do vermelho, a empresa realiza o Feirão Nome Limpo, pela primeira vez em formato presencial em Salvador, até o sábado (27). O evento começou ontem na cidade e o objetivo é ajudar os devedores a renegociarem as dívidas com descontos que podem chegar a até 99% do valor total do débito. Mais de 100 empresas participam da iniciativa, entre bancos e empresas de telefonia.  O feirão acontece das 8h às 20h, no Largo de Roma.

Na fila do feirão, ontem, havia desde gente que foi ao local, inicialmente, apenas para tirar dúvidas por ter recebido cobrança indevida pelo celular, até quem descobriu uma dívida que nem sabia que tinha. Não faltou também quem se deparou com a agradável surpresa de não ter débitos. Entre as pessoas que compareceram ao primeiro dia de renegociações, teve quem conseguisse um desconto de 99%  no total devido, que saiu de impossíveis R$ 14 mil para um boleto de módicos R$ 14.  A estimativa é que, pelo menos, 170 mil pessoas consigam negociar seus débitos em 2021, a mesma quantidade de gente que usou o serviço no ano passado pelos outros canais possíveis, como os Correios, aplicativos, Whatsapp ou no site da Serasa.

A aposentada Rosângela Santos, 53, conseguiu sair do feirão com o nome limpo. Ela tinha mais de R$ 19 mil em débitos com bancos e financiadoras, acumulados ao longo de 25 anos. Só que, no caso dela, outra pessoa usou o cartão em seu nome – o próprio ex-chefe. “Sofri um golpe, pegaram meus cartões e meus dados para fazer empréstimo. Como eu não usava, deixava guardado na empresa. E, como antigamente as senhas vinham pelos Correios, ele alterou, pedindo uma nova, e passou a usar para benefício próprio”, conta Rosângela.

A aposentada diz que nunca havia contraído dívidas antes dessa situação com o seu cartão. “Nunca fiz um débito que não podia pagar com meu salário, que era de R$ 4 mil”, explica. Rosângela ainda afirmou que o ex-chefe foi preso e ela não trabalha mais na empresa dele. Com o Banco do Brasil, a dívida de R$ 15 mil foi reduzida em 50% e ficou dividida em 24 parcelas de R$ 200. Já o outro débito, caiu de R$ 3 mil foi para R$ 284, redução de mais de 90%.  “Se não fosse esse projeto do feirão, não sei o que seria de mim”.

A vendedora ambulante Paula Carvalho, 48, também saiu da feira com um sorriso de alívio no rosto. A dívida mais antiga dela era com a empresa de telefonia Oi. Há 21 anos, ela devia o pagamento de uma fatura de telefone fixo. Ela também tinha débitos como O Boticário e o Itaú. Ao todo, chegavam a mais de R$ 1.500. No final, só precisou pagar R$ 106. O desconto foi de quase 93%. “Estou feliz demais, porque não tem preço limpar meu nome. É um compromisso que fiz comigo mesma, a gente tem que honrar quem a gente é. Agora, não preciso de nada de ninguém”, comemorou.(Correio)

Foto: divulgação

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