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AUTORIZAÇÕES PARA DESMATAMENTOS NO OESTE BAIANO BATEM RECORDE EM 2021

Redação - 24/11/2021 06:43

Segundo dados da coluna Satélite do Jornal Correio, de janeiro a setembro deste ano, o número de autorizações para desmatamento do Oeste da Bahia concedidas pelo governo do estado, através do Inema, atingiu recorde na última década, aponta um estudo feito em parceria com pesquisadores do Instituto Federal Baiano (IFBaiano) e divulgado recentemente pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado.

De acordo com dados extraídos do Diário Oficial do Estado, o instituto responsável pelas políticas ambientais e hídricas na Bahia liberou, nos nove primeiros meses do ano, 137 autorizações para supressão de vegetação no Oeste, totalizando quase 131 mil hectares. Tanto em área  desmatada quanto em número de alvarás, a soma corresponde cerca de 17% das liberações concedidas desde 2011 pelo Inema.

No relatório, obtido pela coluna, os pesquisadoras apontam a ligação entre o salto nas autorizações para desmatamento e a grilagem de terras, muitas delas públicas. As áreas, após ter vegetação suprimida com aval do Inema, servem para expansão de grupos do agronegócio no Oeste.

Além do boom de desmatamento na região, a  pequisa expõe ainda o impacto das chamadas outorgas para captação de água, igualmente chanceladas pelo Inema, têm sobre a principal fonte de recarga do Aquífero Urucuia, considerado o maior do Brasil. O crescimento no número de outorgas para que empresas do agro captem recursos hídricos destinados à irrigação, de acordo com o estudo, vem causando o desaparecimento de nascentes que abastecem o Urucuia. “A migração de nascentes tem se tornado também um fenômeno comum. O Rio Santo Antônio (parte da Bacia do Rio Corrente)  teve um recuo de 37,7 km da nascente original”, diz a pesquisa.

Foto: divulgação

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