Os bancos digitais chegaram para ficar e tiveram uma ascensão significativa desde o início da pandemia. Para os pequenos e médios empreendedores, essas instituições financeiras surgem como uma ferramenta importante de desburocratização de serviços e de economia. De acordo com o fundador e CEO da Academia iBest, que premiou o Banco do Brasil, Nubank e Mercado Pago como os três melhores bancos digitais do Brasil, além de eleger os Top3 pelo enfoque técnico, que são C6 Bank, Inter e Nubank, Marcos Wettreich, poucos mercados mudaram tanto no Brasil quanto o financeiro, com a chegada das fintechs e a reinvenção geral dos bancos digitais. “Estamos vendo a troca de guarda, onde novas mas já grandes empresas tomam o lugar dos bancos tradicionais no interesse do brasileiro” afirma Wettreich.
A contadora Gisele Machioski salienta que uma das principais vantagens dos bancos digitais é a possibilidade de acompanhamento do saldo e extrato no banco, assim como pagar contas, transferir dinheiro para outras agências sem pagar taxas, fazer depósito por meio de boleto bancário ou de cheques por imagem. A contadora salienta que nessas instituições o saldo em conta fica rendendo a uma taxa bem próxima à da Selic, além da disponibilidade do cartão de débito para compras e saques em caixas 24, cartão de crédito sem anuidade, atrativa área de investimentos, como CDB, LCI e LCA, solicitações de empréstimos, recarga de celular e conta digital Pessoa jurídica e para MEI. “Esta é uma excelente alternativa para evitar custos com manutenção da conta, transferências, TEDs e DOCs, fugir da burocracia e das longas filas de espera dos bancos”.
Líder de vendas SaaS em startups escaláveis e head de vendas da fintech iCertus Felipe Varejão afirma que a digitalização bancária era necessária para o mercado como um todo. “Nos pequenos e médios negócios, o impacto é ainda maior, pois a participação dessas instituições possibilita que o empreendedor tome decisões em poucos cliques pelo celular, com segurança e com um melhor entendimento das reais necessidades do pequeno empresário”, diz. Varejão destaca ainda que a evolução dos bancos digitais construiu toda a credibilidade para as ações digitais rápidas dos bancos, a exemplo do Pix e desburocratizou uma série de ações bancárias que só eram feitas de forma presencial, com muita papelada “Os clientes dos bancos sentiam como se pedissem favor às instituições financeiras, o que é ruim na relação cliente e banco”,reflete.
Na hora de escolher uma instituição financeira para firmar parceria, a sugestão do especialista é buscar compreender o que cada uma dessas instituições tem para oferecer, afinal, em termos de serviços e produtos há muita semelhança, uma vez que são regulados. “Decifre os produtos – cada instituição o comercializa de uma forma bem específica – e procure as letras miúdas: elas sempre fornecem informações muito importantes para sua tomada de decisão”, sugere. A outra dica é comparar os serviços e produtos, optando pela instituição financeira que melhor atenda às necessidades do empreendedor. “A menor taxa pode ser a que leva mais tempo para liberar um serviço, com um tempo de resposta acima do que é aceitável para a sua necessidade. Enfim, compare-os e entenda qual o que melhor atende aos interesses do negócio”, ensina.
Para Felipe, o parceiro capaz de oferecer a educação financeira que falta é aquele que deve ser priorizado na tomada de decisão “Contratar quem te ensina é a melhor taxa de retorno possível de mercado”, reforça. Gisele afirma que as desvantagens na escolha dos bancos digitais reside na dificuldade que alguns empreendedores ainda têm com a tecnologia. “A falta de familiaridade faz com que a maioria dos correntistas de bancos digitais sejam pessoas mais jovens, que estão acostumados com o meio online”, pontua. A ausência de suporte presencial é outro fator que causa insegurança. “É comum que os consumidores tenham medo da possível dificuldade para resolver problemas com a equipe do banco”, pontua. Para ela, na hora da escolha do parceiro financeiro, é preciso levar isso em consideração.
Para quem teme por segurança, a contadora salienta que o Banco Central é quem regula o mercado e monitora as atividades do setor financeiro e que todas as empresas que criam produtos para este setor, precisam seguir uma série de regras e normas específicas. “Mesmo as fintechs precisam seguir regras rígidas para oferecer seus produtos à população, se tudo isso estiver de acordo, então elas e os bancos digitais são seguros”, finaliza.