Mirando na adoção da eletromobilidade, no último mês Salvador realizou um teste com dois ônibus elétricos operando em linhas regulares do sistema de transporte público da cidade. Mas a implementação da tecnologia que promove redução de emissão de gás carbônico e confere maior conforto aos usuários esbarra em uma série de dificuldades, que agora ficaram mais evidentes. Além do já conhecido alto custo dos ônibus elétricos, a infraestrutura também está entre esses obstáculos.
O saldo da experiência com os veículos, de acordo com o secretário de Mobilidade, Fabrizzio Müller, foi “extremamente positivo”, mas expôs os “enormes desafios para serem vencidos para inserção do sistema”. A operação começou em 14 de setembro e os veículos rodaram por 30 dias na cidade. “O principal deles ainda é o custo. É algo muito novo, que exige por parte das prefeituras, do poder concedente, mas também dos concessionários, uma maior cuidado no início dessa operação. Por ser uma tecnologia realmente muito mais cara. Um ônibus elétrico custa aproximadamente quatro vezes mais do que o custo de um ônibus normal com ar-condicionado”, exemplificou Fabrizzio.
Em relação à infraestrutura, o secretário de Mobilidade de Salvador sinaliza que a grande questão é o investimento necessário para possibilitar a carga dos veículos. O modelo exigiria pontos de recarga nas garagens e nas estações. Do ponto de vista de estrutura viária, Salvador já está preparada, segundo do gestor. “Intervenções viárias não são com esse objetivo. A cidade está preparada do ponto de vista viário para receber [esses veículos], principalmente porque o que a gente tem como objetivo são os corredores de BRT. Isso já está sendo preparado. Quando eu falo de infraestrutura é mais uma questão de infraestrutura de recarga, de elétrica para poder absorver essa tecnologia”, sinalizou Fabrízzio.
De acordo com o secretário, se dependesse só de vontade, Salvador já estaria implementando a eletromobilidade. “O município total interesse e desejo e está se esforçando muito para que a gente possa ainda na primeira fase do BRT termos ônibus elétricos”, disse o gestor. Diante disso, uma equipe da Semob está trabalhando com organizações não governamentais internacionais. Essas entidades auxiliam tecnicamente cidades no mundo nessa transição. O auxílio acontece em relação a projetos de recarga e cálculos de capacidade elétrica, por exemplo.
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